Dois olhares sobre a ciclorrota

Tenho passado frequentemente pela ciclorrota da Zona Oeste de São Paulo usando o carro e a bicicleta. Acho divertido, confesso que fiquei toda emocionada ao pedalar sobre a marca de uma bicicleta feita pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) no asfalto logo na semana em que foi anunciada a nova ciclorrota de ligação entre os parques da Água Branca e do Villa-Lobos. Antigamente (há uns três anos), eram os ciclistas quem pintavam no chão as bicicletinhas como protesto por uma qualidade de vida melhor. Vamos chegar lá.

Enquanto o sonho não se realiza, tenho duas observações a fazer. A primeira é uma visão de quem está na bicicleta. Pedalei pela rua Turiaçu (foto), em Perdizes, pertinho do Parque da Água Branca. Como muitos carros estavam estacionados ao lado direito, o espaço na estreita rua era apertado para os veículos em circulação. Segundo a Lei de Trânsito, os carros devem manter um 1,5 metros de distância das bicicletas durante seu trajeto – incluindo a ultrapassagem.

Mas não foi o que aconteceu. Quando não havia carro vindo na outra mão, alguns motoristas até ultrapassaram por cima das duas faixas amarelas contínuas para dar vez aos ciclistas. Porém, a maioria não estava nem aí, tirava fininha de quem passava de bicicleta. Fique tensa. Ambas as ações estão em desacordo com o Código de Trânsito Brasileiro. Quer dizer, os motoristas infringiram a lei e arriscaram a vida dos ciclistas.
Já, quando dirigia meu carro pela região, algumas placas específicas chamavam a atenção conforme se aproximavam do veículo: “Ciclorrota na transversal”. A palavra transversal, que pode ser óbvia para você, deveria ser trocada. Nem todo mundo entende o seu significado, ou seja, um corte inclinado sobre uma linha reta – dê um Google para ver “imagens matemáticas” sobre a tal transversal. Não seria mais intuitivo colocar algo como: “Ciclorrota no cruzamento”?

Bom, se quer saber o que significa ciclorrota e a diferença que existe entre ela, a ciclovia e a ciclofaixa clique aqui. Aliás, saiba também que quase 10% dos brasileiros usam a bicicleta como meio de transporte. E boa pedalada!

4 comentários em “Dois olhares sobre a ciclorrota”

  1. Só pra não passar em branco, às vezes ciclistas "tiram fininhas" de mim, como pedestre andando na calçada. Essa realidade existe também, principalmente em vias sem ciclofaixa. E parabéns pelo seus relatos como ciclista em SP. =D

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