Nem preciso dizer que adoro observar paisagens naturais e fenômenos da natureza – deve dar para perceber de acordo com o que post aqui no blog, não? Gosto de ver as nuvens carregadas de chuva se formarem, a chuva cair, os meteoros passarem, os plânctons brilharem… Esse estado de contemplação esvazia a minha mente, chega a ser uma espécie de meditação – tente também. Bom, como observar as estrelas é uma das minhas pirações preferidas, quando estava, literalmente, no meio da Cordilheira dos Andes, em dezembro no Chile, saí do chalé onde pousava durante a noite para voltar os olhos ao céu.
Enquanto entortávamos nosso pescoço encantados com aquele infinito de estrelas, vimos alguns clarões no céu. Verdade seja dita. Ele percebeu primeiro e chamou a minha atenção. Eu respondi que era impressão. Até que, observando de novo, vimos vários clarões. Não havia barulho como de trovão, nem raios, apenas uma espécie de flash iluminando o céu. Um atrás do outro, espaçadamente – por minuto, uns dois ou três. No dia seguinte, sem falarmos nada sobre o assunto, nosso guia contou em tom de novidade: “Aqui em Cajón del Maipo [a região da Cordilheira], toda noite lá pelas onze horas é possível observar luzes diferentes iluminando o céu”. “Nós vimos!”, dissemos empolgados. “E o que são essas luzes?”, claro que emendei a pergunta.
O simpático chileno não tinha certeza e elaborou uma interessante tese. Para ele, as Cordilheiras com suas montanhas repletas de variados minérios esquentam com os raios solares. Durante a noite, elas liberam o calor dos minérios emanando luzes. Em busca de uma explicação, conversei com poucos amigos pesquisadores e recorri ao Google. Nada. Será que alguém aí conhece a chave desse enigma? Kentaro Mori, do 100nexos, poderá nos ajudar? De qualquer maneira, uma lição óbvia da história: preservar a natureza nos dá a chance de nos encantamos com seus caprichos. Pense nisso e aproveite para pasmar observando o que ela oferece.
Amei teu blog! Lembrou-me minha viagem pra Bolívia e Peru via trem do pantanal há quase 40 anos... E os mergulhos por entre as Noctilucas miliares da Costa da Lagoa da Conceição, onde morei há uns 30 anos... Veja este vídeo, feito parte sobre o que dizem alguns geólogos ser o maior derrame de basalto do mundo: www.youtube.com/watch?v=iN6YyalAnuA
Oi Cesário,
Obrigada! Volte sempre! Bacana teu blog também. Aliás, como foi essa viagem de trem? Dizem que era incrível. Vou ver o vídeo.
Abraços
Mistério! 🙂
Isis, os clarões se estendiam por todo o céu? Ou apenas uma pequena área? Vc conseguia identificar uma fonte, ou ela parecia estar além do horizonte? Eles chegavam a se mover?
Oi Kentaro!
Eles ficavam restritos a uma parte do céu - que poderia variar, cada hora apareciam em um lugar - e não dava para ver a fonte porque as montanhas muito altas impediam. Seria importante dizer que estávamos longe de cidades grandes? lá perto, apenas vilarejos e dentro dos vales...
Bom, uma possível explicação é que pode ser pequenos fragmentos de rochas incandescentes, afinal pela alta altitude é bem possivel que as estrelas cadentes são muito mais brilhantes que ao nivel do mar. Mais é claro que esta é apenas uma sugestão. tente se lembra se havia alguma tragetoria familiar. Abraços.
Caíque, mas eram muitas... Será?