África do Sul: como preservar a natureza usando o turismo

Saudades, leitor! Fiquei o mês de agosto fora, de férias na África do Sul. Foi uma viagem de tirar o fôlego! Estou cheia de novidades. Tentei focar a viagem em passar mais tempo próxima à natureza e em conhecer um pouco a história local. Apesar de o país passar por alguns visíveis problemas, podemos aprender com algumas ações que parecem terem dado certo por lá.

Há menos de 20 anos a África do Sul quase entrava em guerra civil… Segundo o que me contaram, boa parte das vegetações originais tinham sido desmatadas até então. Hoje, existem incontáveis reservas públicas e privadas espalhadas pelo país. E, claro, eles usam o turismo para mantê-las de pé. Como?

Quem não quer fazer um safári? Ou ver baleias de perto? Então… Boa parte das reservas resgataram as vegetações endêmicas para receberem os animais – parece que as reservas públicas foram mais cuidadosas em inserir (com alguns rigores científicos) espécies de bichos que originalmente viviam naquele ecossistema.

É possível dormir dentro das reservas – tanto nas públicas quanto nas privadas. Por exemplo, existe um parque marinho chamado Tsitsikamma. Ele preserva a vegetação e animais costeiros e, claro, espécies marinhas. Lá não há leões, girafas ou elefantes, mas você pode fazer trilhas para ver paisagens de tirar o fôlego, remar e até nadar com as focas.

Se preferir, pode dormir no Addo Elephant. Como o nome sinaliza, é um parque que possui um grande número de… elefantes. Nesse lugar, é possível fazer safári com o próprio carro. Lá há mais de 30 espécies de animais – entre eles os temidos leões e leopardos.

Ou, se quiser, pode pousar no maravilhoso De Hoop (sinônimo de dunas, baleias, florestas e mar transparente) perto das zebras e dos antílopes. Como não há animais que atacam os homens, pode fazer trilhas a pé e de bicicleta. Detalhe: sua reserva marinha é famosa pelas baleias. Eu contei 15 juntas – incluindo bebês. <3

Nesses locais há restaurantes, cozinhas, passeios guiados e acomodações para diversos bolsos. São super seguros – tanto com relação ao ataque de bichos como à violência “humana”. Enquanto esse tipo de uso das reservas e dos parques gera dinheiro para a manutenção dos próprios, os visitantes também acabam sendo mais olhos para ajudar na preservação do lugar. Vi raras ações depredatórias.

Portanto, a natureza, lá, não é apenas para ser admirada e intocada. Ela pode ser respirada, sentida, vivida. Não seria um bom exemplo a se seguir?

Obs.: Para conhecer todos os parques e as reservas públicas da África, clique aqui.

4 comentários em “África do Sul: como preservar a natureza usando o turismo”

  1. me lembrou o livro "monstro de deus", de david quammen. ele analisa vários casos, mundo afora, onde pipulações humanas convivem com feras que podem comer gente.
    o segredo para conseguir preservar essa relação é permitir que algum lucro monetário entre na equação. caso a caso, é preciso pensar como isso pode ser feito, minimizando os riscos de vida.
    uma leitura que recomendo muito, não só pela ótima tradução 😉

    1. Maria,

      Não conhecia, obrigada! Lá, um animal que corre muito risco é o leopardo. Ele se alimenta de animais criados por fazendeiros e, por isso, muito caçado pelos donos de fazendas. Tanto que é raro ver um leopardo. Ele foge dos humanos.

      Beijos!

  2. Muito legal essa ideia. Acho que isso poderia ser colocado em prática em qualquer lugar do mundo, porque a população apenas precisa ser educada o suficiente para não depredar. Infelizmente, aqui no Brasil vemos que parte da população ainda insiste em jogar lixo nas ruas, depredar o meio ambiente, etc. Aos poucos, essa "cultura" está mudando e isso é muito bom, mas ainda temos um longo caminho a seguir. De qualquer forma, acredito que seja possível conseguir um bom resultado em pouco tempo.

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