Este blog é um espaço para discutir questões relacionadas à ciência e ao meio ambiente. Mas eu queria pedir licença para fazer uma breve observação sobre as manifestações que estão ocorrendo. Afinal, elas atingem o país e indiretamente, como consequência querendo ou não, os temas que me proponho a tratar aqui.
Ontem à noite fui à comemoração pela tarifa ter voltado à R$ 3 do Movimento Passe Livre (MPL) na avenida Paulista, em São Paulo (SP). Cheguei duas horas depois, às 19 horas, do que o combinado pelos manifestantes. Não vou descrever o que vi, afinal, isto está estampado em toda a imprensa. E, você deve saber que o MPL vai parar ao menos por enquanto com as manifestações. Vou falar sobre o que senti.
Olhe, o pessoal de modo geral está cansado com a política que temos e, consequentemente, com os partidos. Acontece que não existe democracia sem partido. País sem partido se chama ditadura. Você pode não concordar com alguns manifestantes de partidos que se organizaram para ir às manifestações, mas eles não podem ser agredidos. Além disso, eles também têm o direito de se manifestar. Podem, literalmente, levantar as suas bandeiras.
Agressão a outro modo de pensar e à imprensa, ainda mais com atos violentos, é antidemocrático. É contra a liberdade de expressão. Você pode discutir e debater, mas jamais agredir até mesmo com palavras. Portanto, a discussão e a liberdade de expressão, ambas, são pilares da democracia.
Manifestação pode ser uma ação democrática, mas a votação também é uma ferramenta a favor da democracia. Você também se expressa via votos. Se elegeu alguém, cobre desse seu governante transparência e que atenda aos objetivos propostos – os quais, provavelmente, você concorda já que votou nele. E, se está cansado dos partidos, monte novos ou exija melhoras dos quais simpatiza. Agora, país sem partido é ditadura.
Observação: eu simpatizo com a anarquia… Você que não gosta de partidos, leia sobre ela. 😉
Não são necessários partidos para gerar um país. Hoje nós temos poder para decidir projetos de leis, gastos públicos tudo isso pela internet. Então acredito que uma democracia direta é hoje possível. Políticos nunca resolveram os problemas e duvidam que vão fazer isso agora.
Obs: Sou contra atacarem aqueles que carregavam bandeiras de partidos. Mas confesso que sinto pena deles.
Os protestos são apartidários, e não anti-partidário. \o/
P.S.: Uma dúvida, anarquia funciona em algum lugar?
Anatole, sabe que não sei se anarquia funciona em algum lugar?
Romario, gosto da sua observação.
Eu penso que o próximo grande passo da evolução da representação democrática é gestão governamental baseada em conhecimento, significando o fim da importância das ideologias e dos partidos. Nenhuma ideologia nem nenhum partido tem condições nem competência nem visão para a eficiente gestão pública moderna, só querem e sempre quiseram o poder, e para alcançá-lo precisam manter a sociedade com baixa escolaridade para continuarem tendo chance de enganarem vendendo para a massa visões arcaicas ideológicas de 200 anos atrás. Nem direita nem centro nem esquerda, nem liberais nem conservadores, nem religiões nem o escambau são capazes de olhar para a realidade e terem conhecimento qualificado para resolver nossos problemas. Precisamos de gestores públicos capacitados pelas escolas, cursos de formação, especializações, CONHECIMENTO. Não se encaminha mais os problemas de economia, educação, saúde, transporte, ambiente, logística, infra-estrutura, etc com pessoas que não tem visão realista, profunda e conhecedora das complexidades das situações. Chega de moinhos de vento ideológicos mandando ignorantemente nas nossas vidas.
Complementando o que escrevi abaixo, vejo com muita alegria que as reivindicações sào corretas, lúcidas, de bom senso, plausíveis, e exatamente por isso são apartidárias, pois demonstram o quão realistas são.
Antonio, interessante! Aliás, mesmo os partidos deveriam ter feito com base em conhecimento faz tempo. Alguns países europeus parecem "reger" assim, não?
E será que as pessoas perceberam que falta educação para haver menos cobrança? Acho que sim, hein?