Hoje, o Brasil têm mais áreas destinadas à agropecuária (245 milhões de hectares) do que áreas protegidas (216 milhões de hectares), segundo o Observatório do Clima, um grupo de organizações da sociedade civil. Dessas áreas de agropecuária, 50 milhões de hectares são terras degradadas, subutilizadas ou abandonadas pelo agronegócio. Uma pesquisa publicada este mês na revista científica Science Advances, mostrou que quando uma área usada para a agropecuária é abandonada, o número original de espécies é totalmente restabelecido em cerca de 50 anos. Relativamente, muito rápido. Em apenas 20 anos, o local já está praticamente tomado de plantas. Mas os pesquisadores encontraram um importante problema aí. Na maioria dos casos de regeneração, as espécies que aparecem na nova floresta são diferentes das originais. Apenas 34% são as mesmas espécies encontradas nas florestas antigas. Isso significa que teve perda de biodiversidade. E vale lembrar que o Brasil têm a maior biodiversidade do planeta. Desmatar para depois abandonar pode afetar inclusive nossa economia. Já que da biodiversidade extraímos, por exemplo, substâncias para medicamentos.
*Este texto foi ao ar no programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo. Uma vez por semana, minha coluna vai ao ar por volta das 6h15 da manhã. Geralmente, às quintas-feiras. Beijo!
Foto: Isis Nóbile Diniz