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A Amazônia é nossa!

Pareceu um déjà vu. Desde criança ouço discussões sobre a quem pertence a Amazônia. Hoje, os sites brasileiros acordaram com matérias sobre um tal e-mail (clique aqui para ler) do tal livro “An Introduction to Geography”, de David Norman. Essa correio eletrônico circula há anos. Veja o que o governo brasileiro falou em 2001: “A Corregedora-Geral da União, Ministra Anadyr de Mendonça Rodrigues, enviou cartas, hoje (06/12), a 26 pessoas que manifestaram protestos pela publicação, nos Estados Unidos, de um livro escolar de geografia, que teria o mapa da América do Sul no qual a Amazônia aparecia destacada das fronteiras do território brasileiro, com a indicação de trata-se de reserva ambiental internacional.”
Procurei na Amazon o livro. Achei um que se chama “Territory: A Short Introduction (Short Introductions to Geography)”, do David Delaney, e o “Introduction to Geography” do Arthur Getis, Judith Getis, Victoria Getis e Jerome D. Fellmann. O livro pode ser uma lenda, mas um americano me disse que é verdade. Nos Estados Unidos a população acha que a Amazônia é do mundo. Como o mundo é deles… Logo, a Amazônia pertence aos Estados Unidos. Segundo o mesmo americano, o povo do seu país não conhece o mapa mundial. “Então, vamos ignorar”, concluiu.
Este ano, uma matéria publicada no The New York Times repercutiu internacionalmente. Intitulada “Whose Rain Forest Is This, Anyway?”, ela dizia que o aumento do desmatamento da Amazônia é uma preocupação mundial. Concluindo, outros países poderiam intervir. O jornal português “IOLDiário” foi dos veículos a afirmar que a matéria causou preocupação no Brasil.
No Dia internacional do Meio Ambiente, repito. Uma parte da Amazônia é brasileira. A outra pertence aos demais países: Peru, Bolívia, Equador, Venezuela, Colômbia, Suriname, Guiana e Guiana Francesa. Portanto, não se trata de uma zona internacional, dos Estados Unidos, de ONGs, dos índios, de fazendeiros, etc.
Obs.: Imagem publicada no site Quatrocantos. Para ler os textos citados, clique nos links.

Ecocolonialismo latino

Não ocorre apenas no Brasil. O jornal chileno La Nación publicou hoje uma matéria intitulada “Millonarios comprando la Tierra” – clique aqui para ler. Países ricos – de diversos tamanhos e credos – adquirem terrenos em toda a América Latina – da América Central até a Patagônia. Eles alegam que querem proteger as terras do desmatamento. Nós, pobres meninos pobres, dizemos que isso é ecocolonialismo.
De uma maneira ou de outra, era óbvio que algo semelhante iria acontecer. Uma amiga que foi para Machu Picchu disse que, anos atrás, o governo peruano tentou vender o sítio arqueológico para o Japão! Nós deveríamos cuidar do nosso patrimônio… “¿Es la propiedad privada la manera de proteger el medio ambiente?”, indaga John Vidal, autor da matéria.

Guarda-chuva capta água da chuva

Adoro essas invenções! Ao lado, uma ilustração sobre o “Rain Filtering Umbrellas” – guarda-chuva filtrador de água – batizado de “Filterbrella” pelo Andrew Leinonen, designer e criador do objeto.
A lona do produto é feita de plástico com sistema que capta a água. Em seguida, ela passa pelo cabo. Este é revestido por carbono ativado que filtra o líquido. Ao final do cabo, é possível colocar uma garrafinha e apreciar a água potável! Nos dias de pé d’água, pode-se deixar o guarda-chuva com garrafa embaixo para ele encher sistematicamente várias delas.
Agora, vamos todos repetir o refrão: You can stand under my umbrella ella ella eh eh eh, you can stand under my umbrella ella ella eh eh eh…
Mudando de assunto, mas tomei nota: Lendo jornais internacionais, me decepcionei. As editorias de ciência estão, a cada dia mais, dando lugar à de tecnologia. Ambas são igualmente importantes! A segunda é decorrente da primeira. Em alguns veículos, nem existe mais a de ciência…

Couro Ecológico x Couro Natural

Conversei com alguns designers europeus sobre as tendências da decoração. Disseram que, atualmente, para revestir mobílias o mercado de lá prefere o couro “natural” no lugar do sintético. Nesse momento, questionei por que não utilizam o chamado “couro ecológico”. A resposta também veio como pergunta: “Quer couro mais ecológico do que o natural?”
Explico. O couro sintético ou “ecológico” é feito de PVC. Este, composto por cloro (derivado do sal de cozinha) e eteno (do petróleo). Por sua vez, o “couro natural” é a pele das queridas vaquinhas – ou de outros animais – que passa por processos químicos de tratamento.
Quem emprega o PVC alega que ele é mais resistente e que não há desperdício de petróleo na sua fabricação. Os defensores do “natural” afirmam que é mais aconchegante. Agora, fica a escolha do cliente. Prefere o desmatamento causado por algumas criações de animais ou o uso do petróleo? Na vida, tudo requer escolhas.

Lâmpadas purificam ambientes

Nunca utilizei nenhuma delas… Mas aí vai. Para tentar diminuir os problemas respiratórios, a empresa de iluminação Golden Plus lançou a linha da lâmpadas Purify. O produto possui um gerador de íons negativos que garante purificar o ambiente.
Segundo a empresa, os íons negativos limpam do ar partículas como pó, vírus, germes, fumaça de cigarros e outros agentes nocivos à saúde. Eles também agem no corpo. Aceleram a oxigenação das células e tecidos, mantendo a temperatura corporal mais estável. E, ajudam no humor, no controle da ansiedade, no alívio da dor e na melhora da atenção.
As lâmpadas Purify estão disponíveis nas opções fluorescente compacta e LED – ambas econômicas. Independente da potência da lâmpada, os íons negativos prometem purificar até 8 m³/h.
Obs.: Outras empresas comercializam lâmpadas iônicas, como a Alergohouse e a Polishop. Inclusive, existem lâmpadas de esterilização que emitem radiação ultravioleta com ação germicida. Elas matam ou neutralizam bactérias, vírus e outros organismos. Veja a da Germetec.

O aquecimento global existe?

Saiba que 52% dos brasileiros não acreditam que a mudança climática seja um problema grave. Enquanto, 46% se preocupam com a situação. Esse é o resultado do estudo “Barômetro Ambiental”, realizado pela Market Analysis, instituto de pesquisa e opinião pública. Com relação às conseqüências do aquecimento global, o maior medo é que a água acabe (23%), as espécies sejam extintas (16%) e o clima fique cada vez mais “radical” (14%).

Apesar disso, apenas 40% dos entrevistados se sentem capaz de realizar mudanças pessoais para ajudar o meio ambiente. “Existe uma fraca associação entre perceber o fenômeno ambiental como crítico no plano pessoal e se sentir capaz de mudar a situação”, disse Fabián Echegaray, diretor da Market Analysis. A margem de erro de é de, aproximadamente, 3,4%. A pesquisa foi feita com 802 adultos, entre 18 e 69 anos, e moradores de oito capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife e Brasília.

Saiba como mudar o futuro assombroso… A CPFL Energia, empresa privada do setor elétrico, lançou o portal “Canal da Energia”. Ele possui dicas de economia, orienta sobre os dados contidos na conta de energia e explica os direitos dos consumidores. Veja aqui.

Debate sobre transgênicos, e aí?

Enfrentei o frio do escondido Pavilhão Armando de Arruda Pereira, no Ibirapuera, sábado. A causa era interessante. Fui conferir o debate de Walter Colli, presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), e Hertor Escobar, jornalista de O Estado de S. Paulo. O tema era “Transgênicos e mídia”, promovido pela revista Pesquisa FAPESP em parceria com os organizadores da exposição Revolução Genômica.
Durante o encontro, foi colocado que muitas matérias ou artigos que ganharam destaque na mídia ou na internet são contra os transgênicos. Também, que há uma falta de conhecimento sobre o tema, principalmente, por parte da população. Natural. É um assunto complexo e nossa educação básica é precária. Muitas vezes, noticiar sobre ciência requer espaço nos veículos de comunicação – para explicar cada detalhe e nomenclatura – o que nem sempre é possível.
Uma pergunta instigante foi feita pela Mariluce Moura, diretora de redação da revista Pesquisa FAPESP: “Por que a discussão sobre a liberação dos transgênicos é tratada de forma tão passional?” Resumindo a discussão, isso seria conseqüência da falta de respeito pelo conhecimento científico e de interesses econômicos. Também, porque os transgênicos estão diretamente ligados a um item básico para nossa sobrevivência, a comida. Segundo o que foi falado, até o momento, as pesquisas científicas indicam que o uso de transgênicos é seguro.
Você sabia que consome transgênicos todo dia? O médico Colli passou uma lista deles: insulina (hormônio que metaboliza o açúcar), interferon alfa (medicação), lipase (enzima responsável pela digestão), enzimas de sabão em pó (!), quimosina (enzima usada na fabricação do queijo), vacinas contra hepatite B e contra gripe aviária.
Mais curiosidades abordadas:

  • Hertor disse que foi feita uma pesquisa na Itália. Questionaram a população. O tomate “normal” tem DNA? E o transgênico? A maioria respondeu que o comum não tinha, mas que o transgênico sim.
  • Conforme foi apresentado por Colli, as plantas transgênicas são mais produtivas. Isso diminuiria o volume de terra usada para as plantações.
  • Nenhuma pesquisa é 100% segura, mas cientistas brasileiros analisam com base científica qual produto transgênico pode ou não ser liberado.

Mas, o que é esse tal de transgênico? É toda espécie que possui material genético de outra. Por exemplo, pode-se jogar agrotóxico para matar as larvas que comem o milho. Ou, colocar no milho o gene da bactéria que “mata” a larva.
Desde que as pesquisas não indiquem riscos ao meio ambiente e para a saúde humana, não vejo problema com os transgênicos. Claro que deve-se ter o controle deles para não causar um desequílibrio ecológico. Quanto à saúde, é importante sempre acompanhar seus efeitos. E você, o que pensa sobre o assunto?
E, já anote na agenda:
Semana que vem haverá uma palestra que promete ser bacana. Jan Hoeijmakers falará sobre “Envelhecimento e longevidade: quanto duram seus genes?”. Será dia 18/05, domingo, às 11h no Parque do Ibirapuera. Hoeijmakers é pesquisador de genética molecular e professor da Universidade Erasmus em Roterdã (Holanda). Ele fez estudos sobre os princípios de organização e processos de reparo de DNA em células vivas. Isso permitiu investigar as bases moleculares do envelhecimento e da expansão do tempo de vida. Com isso, espera combater doenças comuns da velhice. Em 2004, criou a empresa Dnage, que desenvolve produtos contra o envelhecimento a partir desses estudos.

Faça uma busca e plante uma árvore

Mais uma do Google… Em parceria com a organização Aquaverde, fundada na Suíça em 2002, criou o site Ecoogler para ajudar no reflorestamento da Amazônia. A cada busca o internauta – simbolicamente – ajuda com uma folha no reflorestamento. A cada 10 mil folhas, uma árvore é plantada na floresta.
Na página inicial do site há um contador. Ele mostra o número de folhas e árvores que serão plantadas. Também, a quantidade de mudas que já foram. De folhinha em folhinha… Como diz uma amiga, “ainda vou comprar um Beagle e chamá-lo de Google”.
E, o site Clickarvore continua ativo – meu reflorestamento está ficando grande… Cada click corresponde ao plantio de uma árvore na Mata Atlântica custeado por empresas patrocinadoras. Ou, pelos internautas que quiserem plantar mais de uma por dia. Vamos lá pessoal, não é preciso nem colocar a mão na massa, ou melhor, na terra. Essa “tirada”…

Não às sacolinhas

Essa é quentinha. Estava na fármacia agora mesmo. Após pagar, o caixa começou a colocar os produtos na sacolinha. Como sempre, disse que não precisava. Já que minha bolsa era grande e estava de carro, não seria necessário. “Você deve achar estranho eu levar na mão”, disse. Aí, a surpresa. Ele falou que isso é comum. Que, ultimamente, as pessoas não pegam sacolinhas. “Aliás, esses dias um senhor tirou uma sacola do bolso!” Há, sim, uma conscientização. Ao menos nessa farmácia de Sampa. Quem não deve gostar é o fabricante de sacolinhas…

Maior reserva de Mata Atlântica da cidade

Injustiça! Dia desses, uma revista semanal publicou que um determinado parque de São Paulo era a maior reserva de Mata Atlântica dentro da cidade. Na verdade, a MAIOR área verde preservada é o Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (PEFI). Possui cerca de 550 hectares, o equivalente a 700 campos de futebol. É nele que estão concentradas as nascentes do histórico riacho do Ipiranga. Lembrou? Não? Então vou refrescar sua memória… Veja as instituições que fazem parte dele:

  • Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade de São Paulo (USP);
  • Fundação Parque Zoológico;
  • Zôo Safári;
  • Jardim Botânico de São Paulo;
  • Instituto de Botânica;
  • Centro de Esporte, Cultura e Lazer; Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Governo do Estado de São Paulo;
  • Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo;
  • Hospital Dr. David Capistrano da Costa Filho (Caism);
  • Centro de Logística e Exportação (Celex);
  • Centro de Exposição Imigrantes;
  • 97º distrito da Polícia Militar e 2ª companhia de Polícia Ambiental do Estado de São Paulo.

Ele consegue reunir história, ciência e cultura. Mesmo assim, todos esquecem desse lugar. Deve ser porque está localizado ao lado da periferia, porque não há muita divulgação sobre ele, porque a população em geral não se interessa pelo meio ambiente – apenas reclama da poluição, porque nunca caminharam pela rua que corta o parque ou viram o pôr-do-sol do alto da Secretaria da Agricultura. O ingresso do Jardim Botânico, por exemplo, custa R$ 3. O estacionamento, R$ 5.

Curiosidades sobre a região. Parece mentira, mas não é:

  • É possível ouvir os leões e outras feras rugirem à noite e na hora do almoço;
  • À tarde, macacos andavam no muro do parque;
  • Bombeiros já foram chamados para recolher os bichos-preguiça que descem à calçada ou ficam pendurados nos postes;
  • Tem gente que pára o carro no meio da rua. Tenta fotografar uma ilha repleta de garças, no Botânico.

Para saber mais: Eco-Desenvolvimento do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga.