Arquivo da tag: meio ambiente

Parece pasto, mas não é

Veja como um passeio de bicicleta ao parque é cultura. Enquanto caía a tradicional chuva das duas horas da tarde do verão* de Campos do Jordão, cidade serrana de São Paulo, aproveitei para visitar um pequeno museu localizado dentro do Horto Florestal – leia aqui o post sobre esse parque. Lá dentro, fiz uma feliz descoberta: muitas terras localizadas principalmente no Sudeste e no Sul do Brasil parecem pasto, mas na realidade são exemplos do ecossistema chamado Campos de Altitude (partes das montanhas sem árvores na foto).

 

Lembro nitidamente as paisagens das minhas viagens de infância e adolescência ao Paraná. Em uma ocasião, a rodovia seguia por um lado de uma serra. Lá embaixo, no vale, corria um magro rio com pedras nas margens que refletia o tom azul escuro. Acompanhando o leito, um bucólico trem transportava a carga por uma ponte de ferro. Conforme o carro avançava, o trem ficava para trás e ao lado dele “subia” uma montanha tomando nossa visão. O alto morro pelado parecia ser coberto por uma vasta pastagem. Apenas uma solitária araucária fazia sombra.

 

No momento, a composição me encantou. Parecia uma pintura feita no início da tarde. Porém, logo em seguida, pensei: “A Floresta de Araucária foi desmatada para dar lugar aos bois? Pena”. Detalhe é que não vi um gado sequer pastando naquelas terras. Hoje, creio que esse lugar perdido nos rincões paranaenses era, na verdade, um exemplar do Campo de Altitude. Segundo pesquisei, esse ecossistema é comum nas áreas mais elevadas – acima de 1.500 metros de altitude – da Serra do Mar, da Mantiqueira e na Cadeia do Espinhaço (em Minas Gerais). Geralmente, são encontrados em locais com solo rochoso.

 

A exposição no Horto Florestal informava que os Campos de Altitude são fundamentais na dinâmica ecológica dessas serras. No inverno, se tornam bem secos propícios a incêndios. Quando chega a primavera, são tomados pelas cores das flores. Aliás, o ecossistema é rico em espécies – muitas delas vivem apenas neles. O engraçado é que sua paisagem lembra as que encontrei na Cordilheira dos Andes – aguarde fotos em novos posts. Claro que guardadas as devidas proporções, principalmente, do tamanho das cadeias de montanhas! Deve ser por isso que me senti tão à vontade no meio daqueles gigantes.

 

 

 

 

*Obs.: Todo dia, na hora do almoço entre 12h30 e 14h, chovia em Campos do Jordão. Mas chovia, chovia muito. Está vendo essas “pedrinhas” brancas no chão da foto ao lado (clique nela para ampliar)? É o resultado de 15 minutos de queda de granizo. Lindo. Ah, e a ciclista da foto acima soy yo.

Estacionamento para bikes parece “as europas”

Noites e manhãs frias em pleno dezembro de verão, casas com arquitetura alemã, pinheiros plantados em passeios públicos, florestas circundado a cidade e estacionamento para bicicletas no centro comercial. A descrição não parece de uma cidade brasileira, não é mesmo? Deixando o gosto duvidoso da arquitetura e da introdução de espécies exóticas de lado, ter um lugar para parar as magrelas no principal centro comercial turístico de Campos do Jordão, no interior de São Paulo, é um mínimo apoio aos ciclistas (foto). Acho civilizado. E o povo usa. Quem vai trabalhar. Quem vai comer ou comprar. Quem é turista. É para todos. As quatro bicicletas da foto tiraram quatro carros das entupidas ruas do badalado “centrinho”. Melhor se exercitar do que ficar dentro do possante meia hora dirigindo a 5 km/h até encontrar uma vaga na rua ou no estacionamento – e dirigir por no máximo 6 quilômetros para chegar ao tal centro, distância da maioria dos hotéis. Todas as cidades brasileiras deveriam ter um lugar destinado às bicicletas nos centros comerciais. Isso, sim, é ser “phyno”.

Obs.: Conhece mais cidades tupiniquins com estacionamento para bikes? Conte aí!

A cidade de São Paulo está mais interiorana?

No interior do Paraná, lá em Telêmaco Borba, fazia “miséria” com uma bicicleta durante as minhas férias na adolescência. Em minutos, passava de casa em casa almoçando com um e tomando café da tarde com outro parente. Saía cedo e voltava no fim do dia. Adorava essa simplicidade. De volta a São Paulo, sentia falta da liberdade de ir e vir sobre duas rodas, mas nunca lamentei. Isso porque eu jamais imaginava, em uma cidade tão grande e onde carro é prioridade, que seria possível reproduzir os passeios interioranos. Até que ontem me senti transportada para aquele tempo – mesma época em que não precisava ser convidada com semanas de antecedência para ir à casa de um amigo ou passar o tempo com ele despretensiosamente sem ter que negociar antes o que iremos fazer.

No último domingo, chamei alguns amigos para andar de bicicleta – parece convite de criança… E, sem querer, reproduzimos a liberdade que sentia quando estava em Tebê – apelido carinhoso da cidade natal. Minha amiga @pollymir saiu do centro via Minhocão, me encontrou na Zona Oeste, de lá fomos para a ciclorota (ruas indicadas como rota para ciclistas pela Companhia de Engenharia de Tráfego) que nos levou até a ciclofaixa (parte de via fechada para ciclistas aos domingos) e seguindo seu trajeto chegamos à Zona Sul. Decidimos, sem compromisso e sem ter combinado anteriormente, passar na casa de um conhecido, descansar no Parque Ibirapuera e de lá resolvi seguir com meu respectivo para a casa de parentes. Para voltar para nosso apê, pegamos o metrô com a bicicleta, depois pedalamos por uma ciclovia e por ruas. Foram 12 maravilhosas horas passeando livremente sobre duas rodas pela cidade de pedra – e 25 quilômetros pedalados.
Era como se tivesse voltado para a adolescência, quando passava o dia nas ruas do bairro pedalando em busca de lugarezinhos desconhecidos para desbravar e jogando conversa fora com amigos e familiares. Ou quando passeava horas no interior do Paraná de bairro em bairro explorando cada canteiro central, rua recém asfaltada ou vielas de paralelepípedos. Tudo com a sensação do vento gelado batendo no rosto. E do sol bronzeando os ombros e as costas. Pedalar por cima do rio Pinheiros, por avenidas movimentadíssimas em horários comerciais e por bairros sossegados repletos de casas da Terra da Garoa não tem preço. Incrível. Como um sonho.
Apenas vale ressaltar que o mundo das bicicletas é poético, mas reproduz o “mundo real”. Na ciclofaixa abarrotada de ciclistas passeando ao meio dia do domingo ensolarado tem gente – com magrelas que custam o preço de um carro popular usado – cortando o “trânsito”. Colando na traseira alheia para este sair da frente. Brigando com quem ainda não tem segurança para pedalar. Existem outros atrapalhando quem quer ultrapassar. Desligados. Crianças com pais em um ritmo mais lento. Conclusão: não dá para treinar para competições durante a tarde na ciclofaixa. Quem tem essa intenção, melhor procurar uma rodovia. Agora, palmas para a organização da ciclofaixa. A sinalização é objetiva e há monitores tirando dúvidas e organizando o trânsito de bicicletas.

 

Outro importante detalhe sobre bicicleta versus São Paulo diz respeito a andar de Metrô com a bicicleta. A ideia é para lá de genial, mas a sua realização precisava ser pensada. Supõe-se que quem pedala tem força para carregar a sua bike escada acima e abaixo. Ok. E quem está com o filho? E quem não consegue levantá-la? Uma ideia simples seria fazer uma canaleta ao lado dos degraus para empurrarmos a magrela. Afinal, o Metrô proíbe usar os elevadores ou as escadas rolantes das estações para chegarmos até a plataforma. Ou melhor, proibia. A partir do próximo sábado, poderemos subir com a bike pelas escadas rolantes. Viva a metamorfose ambulante!
Obs.: Mais uma boa notícia para quem gosta de pedalar e da sensação de morar no interior. O bairro Santo Amaro deve ser todo interligado por espaços destinados às bicicletas.

Parabéns, São Paulo

Oito ou oitenta. Com a aquariana cidade de São Paulo é assim. Ou você se derrete por sua vida cultural agitada, por seus letreiros pulsando 25 horas, por seus habitantes com todas as caras, cores, credos ou são insuportáveis o trânsito, a poluição, o barulho. Vale aguentar motoristas de ônibus tirando fina dos ciclistas? Suportar as calçadas fora da lei – a lei manda? Aqui é terra de alguém? Alô. Tem alguém aí? Às vezes, apenas observo sacolas plásticas voando em redemoinhos – visão com promessa de dias contados. Aos poucos, a educação bate à porta: mais “bom dia”, “boa tarde”, “obrigada” são reverberados. Mais caminho para duas rodas e duas pernas serão traçados. Os mais belos rios correrão pela minha aldeia. Minha terra do coração terá mais verde onde canta o sabiá. Enfim, não sou mulher de meio termo.

Problemas com chuvas de verão persistem

Vi em uma matéria na televisão o quanto governo federal investiu na prevenção contra os problemas causados pelo excesso de chuvas, em 2011, comparado ao quanto gasta para socorrer os problemas decorrentes dos aguaceiros. Procurei esses valores para postar aqui, pena que não encontrei. Se minha memória não falha, remediar recebia de investimento cerca de dez vezes mais bilhões do que prevenir. Como diz o fino ditado, “quando a água bate na bunda o sujeito aprende a nadar”. Esse valor é necessário? Deve ser. E se precaver? Não tem preço.

“Neste trimestre, as chuvas são freqüentes em praticamente todo o País, com exceção do nordeste de Roraima e do leste do Nordeste”, anuncia a página do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Lá também é possível ver como a média de chuva varia muito durante o ano, apresentando épocas de estiagem. Essas épocas de pouca água poderiam ser usadas para prevenir os futuros problemas com a chuva – de volta todo o verão. Ao diminuírem as chuvas – o que não exige situações desse tipo de emergência -, poderiam ser retiradas pessoas de possíveis locais de perigo, impedidas construções nesses ambientes, investimentos em moradias, arborização das cidades (o que ajuda a conter as enchentes), serem alargadas as áreas de várzeas dos rios de planícies (como o rio Tietê, veja vídeo), restaurados os edifícios com risco de desabamento, serem aumentadas as galerias subterrâneas, inaugurados parques-piscinões, realizados programas de educação ambiental, etc.

Um problema é que muitos culpam a “força da natureza” por esses desastres previstos – como as inundações que este ano, de modo geral, afetam com mais gravidade Minas Gerais. E, passado este tempo de chove chuva, chove sem parar, procurar soluções como as citadas e não ignorar como se nunca mais fosse cair água do céu. Ou como se as pessoas esquecessem essas situações passadas. Não. A “culpa” dos problemas devidos às chuvas de verão não é do meio ambiente, mas da nossa relação com ele. Dificilmente iremos controlar a natureza por completo, mas podemos evitar alguns desastres como os decorrentes das águas de março, fevereiro, janeiro, dezembro.

Bom, esse post é um desabafo para todos refletirmos sobre as relações que queremos estabelecer com o meio ambiente. É de uso e abuso? Ou de respeito e precaução? Temos condições de evitar alguns desastres. Até a Nasa divulgou um mapa (acima) sobre as precipitações do início do mês no Sudeste brasileiro. As cores roxas e vermelhas, sobre cerca do norte do Rio de Janeiro, indicam mais chuva. Quanto mais azul-claro, menos. Vamos usar nossa sabedoria e tecnologia a nosso favor?

Eu acredito em plânctons

Passei o fim de semana offline: fui para o fantástico mundo da praia muito bem acompanhada. Às vezes faz bem para a mente dar um tempo do mundo virtual, quer dizer, real (dia-a-dia)… Ironicamente, lá, em São Sebastião (SP), acabei criando uma certa rotina. Como a maioria dos mortais, vou para a praia durante o dia. À noite, faço companhia aos rasantes dos morcegos. Não. Não é um tipo de mandinga, feitiçaria ou promessa. Depois que vi os plânctons, a praia nunca mais foi a mesma.

Além de voltar os olhos para o céu na nostalgia de observar as estrelas dificilmente encontradas na capital paulista – prática mais antiga do que andar para trás e que a poluição luminosa impossibilita, sigo para a beira do mar e chuto a água! Agito bem a água com as mãos. Chuto mais um pouquinho. Remexo a água salgada outro tanto. Tudo na ânsia de ver plânctons (conjunto de minúsculos seres vivos que habitam os oceanos) novamente. Nunca mais encontrei naquela quantidade a ponto deles ficarem na nossa pele e, consequentemente, iluminar perfeitamente a nossa silhueta debaixo d’água. Recentemente, quando dou sorte, uma ou outra luz esverdeada brilha como vaga-lume do mar.

Nesse fim de semana, o que me animou a entrar na água fria do mar durante a noite foram justamente os plânctons! Eles estavam de volta! Em menor quantidade, mas já podiam ser vistos a partir de cerca de um metro de profundidade. Em busca deles, lá fui eu pular as ondinhas até o fundo! É emocionante agitar as mãos na água e luzes acenderem! Aliás, esses serezinhos devem ter um poder mágico, mesmo. Toda vez que aparecem as pessoas que conseguem percebê-los voltam a ser criança, ficam eufóricas e dão risada sem parar. É… O mar é um mistério incrível durante o dia e a noite…

Obs.: A imagem dos plânctons foi retirada do incrível site Cifonauta – fiz uma matéria sobre ele, leia aqui. De volta a São Paulo, realizei uma busca nesse site para ver se encontrava informações confiáveis sobre os plânctons. Eis a cara desse mundo.

Feliz 2012!

Este é o primeiro post de dois mil e doze. Para começar o ano no Xis-xis escolho a foto da Pedra do Baú, formação rochosa localizada em São Bento do Sapucaí (SP), como ritual de passagem do blog. Depois de cerca de 15 anos, retornei a um dos meus lugares preferidos perto da famosa Campos do Jordão em um dos últimos dias de 2011 – quando fotografei a bela paisagem. Além da panorâmica, gosto de ambientes altos onde vejo como somos pequenos neste mundinho afora (solo, Terra, universo). É lá, na ponta do despenhadeiro, que respiro profundamente a força da natureza na qual estamos inseridos – um belo, e que belo, clichê.

Sem deixar a pieguice de lado, desejo para você em 2012 o mesmo que para mim: a cada dia tentar ser uma pessoa melhor. Se estresse menos com qualquer problema que apareça, seja consciente de seus atos para escolher os melhores e curta cada momento a sós, com sua família, com seus amigos ou com seu namorado. Tudo isso sem pressa. Aproveite este ano bissexto, a sexta-feira 13 que está por vir e o dia 21 de dezembro. Carpe diem. 

Feliz Ano Novo com uma única meta!

Era comum fazer aquelas exploradas listas de metas para o Ano Novo. Para 2012, nada disso. Quero deixar uma única mensagem intuitiva que há anos um amigo me aconselhou: “Faça o que sonha. Seja quem quer ser”. Parece óbvio, simples, bobo, autoajuda. Mas pare para pensar.

Quantas vezes você realmente realizou o que queria? Quantas vezes deixou um sonho por inúmeros listáveis – e muitas vezes fúteis – motivos? Quantas vezes não usou meras desculpas para justificar essa falta consigo? Valeu a pena?Sempre, quando tenho uma grande dúvida sobre qual caminho seguir ou um sonho que parece inalcançável, paro: “Qual a minha verdadeira vontade?” Faça esse exercício e veja que será mais feliz e deixará os que estão a sua volta mais contentes. Sério. Sua realização poderá estimular amigos, parentes, colegas, vizinhos, conhecidos.

Graças a esse meu amigo hoje, por exemplo, entre tantas coisas, ando de bicicleta. Era uma antiga vontade. Vários motivos, entre eles o bairro em que eu morava completamente pensado para carros, desestimulava minha locomoção sobre duas rodas. Atualmente, me atrevo – como desejei observando as pessoas em Paris, Barcelona e Amsterdã – a usar a bicicleta como meio de locomoção.

Estou no começo, mas pedalando no caminho rumo ao que sempre sonhei.

Com a cabeça nas nuvens

Adivinhe onde tirei esta foto? Na varanda da minha casa (suspiro). Aliás, a primeira coisa que faço ao chegar no apartamento é abrir a cortina – faça chuva ou sol, seja dia ou noite. Tenho necessidade desse respiro profundo: admirar a Serra da Cantareira, observar a mudança de tempo e do clima, ver a vida. Sinto que a maioria dos moradores de grandes centros urbanos, ou seja, mais da metade da população do país, perde essa relação com a natureza por vontade própria ou sem querer.

Por exemplo… Há alguns anos, seguia pelas estradas no interior do Mato Grosso do Sul rumo ao ocidente. Meu destino final era a cidade de Bonito. Lembro direitinho daquela paisagem como se fosse ontem: plantação rasteira de soja em ambos os lados, rodovia de mão dupla quase sem curvas que parecia infinita e, elevando os olhos um pouco acima do horizonte, o céu azul claro com nuvens salpicadas. Este era um espaço amplo, livre da interferência de extensas e unidas construções.

 

Minha tia compartilhou os seus pensamentos: “Nossa! Há quanto tempo não vejo um céu assim, infinito?” Ela – e todos nós naquele carro – ficou admirada. Mesmo morando no Rio de Janeiro, cidade que tem um lado (o do mar) com o horizonte de certa maneira livre, naquele momento sentiu e percebeu que falta o céu nos faz.

 

Eu vou perder a vista observável a partir da minha varanda – é verdade que ganharei outras condições como um parque e mais movimento de pessoas no espaço público. Por enquanto, sigo admirando o máximo possível os tons de azul que mudam a cada dia, as nuvens, as montanhas, a chuva, o sol, o clima, o tempo. É importante ter o pé no chão, mas jamais quero perder o meu céu.

Dois olhares sobre a ciclorrota

Tenho passado frequentemente pela ciclorrota da Zona Oeste de São Paulo usando o carro e a bicicleta. Acho divertido, confesso que fiquei toda emocionada ao pedalar sobre a marca de uma bicicleta feita pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) no asfalto logo na semana em que foi anunciada a nova ciclorrota de ligação entre os parques da Água Branca e do Villa-Lobos. Antigamente (há uns três anos), eram os ciclistas quem pintavam no chão as bicicletinhas como protesto por uma qualidade de vida melhor. Vamos chegar lá.

Enquanto o sonho não se realiza, tenho duas observações a fazer. A primeira é uma visão de quem está na bicicleta. Pedalei pela rua Turiaçu (foto), em Perdizes, pertinho do Parque da Água Branca. Como muitos carros estavam estacionados ao lado direito, o espaço na estreita rua era apertado para os veículos em circulação. Segundo a Lei de Trânsito, os carros devem manter um 1,5 metros de distância das bicicletas durante seu trajeto – incluindo a ultrapassagem.

Mas não foi o que aconteceu. Quando não havia carro vindo na outra mão, alguns motoristas até ultrapassaram por cima das duas faixas amarelas contínuas para dar vez aos ciclistas. Porém, a maioria não estava nem aí, tirava fininha de quem passava de bicicleta. Fique tensa. Ambas as ações estão em desacordo com o Código de Trânsito Brasileiro. Quer dizer, os motoristas infringiram a lei e arriscaram a vida dos ciclistas.
Já, quando dirigia meu carro pela região, algumas placas específicas chamavam a atenção conforme se aproximavam do veículo: “Ciclorrota na transversal”. A palavra transversal, que pode ser óbvia para você, deveria ser trocada. Nem todo mundo entende o seu significado, ou seja, um corte inclinado sobre uma linha reta – dê um Google para ver “imagens matemáticas” sobre a tal transversal. Não seria mais intuitivo colocar algo como: “Ciclorrota no cruzamento”?

Bom, se quer saber o que significa ciclorrota e a diferença que existe entre ela, a ciclovia e a ciclofaixa clique aqui. Aliás, saiba também que quase 10% dos brasileiros usam a bicicleta como meio de transporte. E boa pedalada!