Priscila Slepicka
Blog Ciência pelos Olhos Delas
Ser uma cientista é como navegar um rio meandroso com um barco cheio de buracos. A jornada se torna mais longa, mais trabalhosa, demanda mais atenção, garra e amor para completar o desafio. A ciência em si já é uma estrada sem asfalto e sem acostamento. Apresenta diversidades e necessita diariamente o exercício dos nossos instintos e da nossa busca incessante pelo conhecimento. Como mulher, enfrentamos um desafio que coloca ainda mais barreiras e perigos neste rio: o preconceito sobre o nosso gênero. Por vezes, nosso caminho é auxiliado pelos nossos colegas de trabalho, sendo eles homens, mulheres, chefes, alunos, professores, diretores, coordenadores. E isso facilita a amarmos cada dia mais o nosso trabalho como incansáveis cientistas. Essa força que nos move internamente, abre caminhos para soltarmos a nossa voz, para mostrarmos ao mundo quem somos e o que alimenta nossa vontade de publicar nosso conhecimento. Nessa força, nós escrevemos sobre nosso cotidiano como cientistas e proporcionamos para nossos leitores um gostinho do nosso amor por aquilo que tanto nos dedicamos: a ciência. Em seus meandros, nós navegamos, todos os dias, varias horas ao dia e sem descanso. E mesmo na exaustão, escrevemos, buscamos fotos, lemos, convidamos pesquisadoras e publicamos. Assim nosso conhecimento é difundido e aqueles que leem nossas histórias, nos ajudam a propulsionar o nosso barco, a evitar o naufrágio e a chegarmos até o nosso destino final. Um destino que não sabemos o quão longo será e nem o que haverá na próxima curva, mas um destino que temos a garra para chegar lá.