Blogagem coletiva África: Um continente tratado apenas como um país


– Este post é parte integrante da blogagem coletiva “África: o que você sabe sobre ela?”
Pra quem não sabe, a Áfica é um continente. Desculpe se você já sabia disso, mas muita gente não sabe. Sarah Palin a candidata derrotada a vice-presidente dos EUA não sabia.
Mas sejamos sinceros, quem agem realmente como se a África fosse um continente? Um CONTINENTE! Ou seja, a maior classificação de uma porção de terra do nosso mundo. Só temos 5 deles. Toda diversidade de clima, terrenos, plantas, animais e pessoas divididas em cinco. E a África é um deles. E se é tão grande, tão diversa, e tão complexa como qualquer outro continente, porque a tratamos como um país?
Vemos a África como grandes savanas, sempre com leões, elefantes e girafas. Graças ao foco, talvez excessivo, dos documentários da BBC e afins. Alguns ainda lembram esporadicamente que o Sahara fica por aquelas bandas também.
Falamos dos problemas da África como se fossem de uma natureza só. Sempre a história dos europeus saqueando, dividindo e abandonando. Isso para quem não acha que só há savanas por lá. Mas o que havia antes da colonização? O que há agora?
Sempre falamos dos africanos como se fossem uma só população.
Como este blog que vos fala é de cunho científico, principalmente biológico, só pretendo comentar este tema da população. Deixo para blogs mais politizados os outros temas.
Como está escrito no blog Brontossauros em Meu Jardim (recomendo fortemente a leitura), podemos ver que a África é, sem dúvida, o berço da humanidade. Lá se desenvolveram os HOMO. E quando um deles conseguiu ficar de pé (Homo erectus) ele andou. E andou muito, mas muito mesmo. E atrás dele foi o Homo sapiens.
É importante notar que uma pequena população de 10 mil deu origem a todos nós.

Mas algo também interessante é que só uma parte dessa população saiu da áfrica e logo depois ficou isolada lá fora. Esta leva que saiu foi que formou todas as populações fora da África: europeus, australianos, asiáticos e ameríndios.
Apesar da grande diferença que notamos entre as chamadas “raças” (termo não mais usado pois nã há diferenças suficiente para determinar raças diferentes), elas ocorreram nessa pequena população que saiu da África e se espalhou pelo mundo. Somos parentes muito mais próximos do que podemos imaginar.
Caldeirão de povos da África
Se nesse tempo fora da África as populações já adquiriram características diferentes como pele clara, olhos azuis, cabelos ruivos ou olhos puxados, imaginem as várias populações que já existiam na África e não saíram dela. Paradas no tempo é que não ficaram. Com o clima e a geografia mudando, elas também foram se modificando.
Hoje, europeus, australianos e asiáticos, são mais parecidos do que duas populações africanas entre si. Zulus e pigmeus, vivendo no mesmo continente, são parentes mais distantes entre si, com mais diferenças físicas, culturais e genéticas do que europeus e seus irmãos japoneses do outro lado do mundo.
Além disto, há muito mais “raças”, ou melhor, populações humanas, dentro da África do que somando todas fora dela.
Portanto, não há informação mais vaga do que chamar alguém que vem da África de africano.
Está na hora de pensarmos na África com a complexidade que ela merece.
Bônus: para mais informações sobre nossas origens acesse o documentário interativo www.becominghuman.org

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