Não é difícil aceitar que nossos cérebros produzam nossos pensamentos. E que diferenças entre cérebros possam gerar as diferenças de pensamento de um indivíduo para outro. Mas difícil é aceitar essa idéia no dia-a-dia, aceitar que os nossos pensamentos são estruturados, e que seguem padrões e tendências neurofisiológicas. Talvez por isso uma notícia recente tenha causado espanto. Descobriu-se que pessoas classificadas politicamente como liberais ou conservadoras se mostram diferentes nas respostas a estímulos.
Um teste simples foi feito. Primeiro um questionário classifica se o indivíduo é liberal ou conservador; um teste de resposta “go\don´t go”(vai\não-vai) é aplicado e consiste em observar a aparição das letras M e W numa tela. Sempre que aparecer um M o indivíduo aperta uma tecla. Mas às vezes aparece um W e a tecla não deve ser apertada. Como 80% das vezes é um M que aparece e como o W se parece muito com a outra letra, a tendência é acabar apertando o botão quando o W aparece.
O resultado foi o seguinte: os liberais erraram menos, o que indica que respondem melhor a este teste. Como os participantes estavam ligados a um eletroencefalograma (aparelho que mede a atividade de regiões do cérebro) pôde-se perceber também que os liberais tinham uma maior atividade na região do cérebro que está ligada a analise e resolução de conflitos. Dá a entender que liberais se adaptam mais rápido a mudanças para corrigir suas respostas.
Isto quer dizer que liberais são melhores? Não sejamos precipitados. Ambas as estratégias existem há muito tempo ao longo da história humana. Isso provavelmente quer dizer que ambas são vantajosas. Qual a mais moral ou ética já é outra questão mais difícil de responder.
http://scienceblogs.com/cognitivedaily/2007/09/the_claim_politically_liberal.php
http://www.latimes.com/news/science/la-sci-politics10sep10,0,5982337.story?coll=la-home-center