IAí? Como funcionam as Inteligências Artificiais?

por | jul 29, 2025 | Textos | 0 Comentários

“Olá, em que posso te ajudar hoje? No que está trabalhando? Pergunte a …”

          As frases acima podem ser lidas quando se acessa um dos vários sistemas de Inteligência Artificial que estão por aí. É bem provável que você já tenha ouvido falar nas IAs. Talvez já tenha usado o famoso ChatGPT ou o Gemini, Meta AI, etc, etc. Mas o que realmente seriam essas ferramentas? Como elas funcionam? Em que e para que a IA é utilizada? Há mais do que o Chat GPT e os “chatbots”? Vamos explorar um pouco disso e trazer mais informações sobre aspectos principais dos usos e aplicações das IAs.

Gabriel Machado de Almeida, Mariana Olimpio de Aquino

Revisão: Gildo Girotto, Mayara de Carvalho, Letícia Sayuri.

Um pouquinho sobre as IAs

          Existem algumas definições para o que chamamos de IAs. O termo  Inteligência Artificial é um conceito pertencente à computação que consiste na capacidade que máquinas têm de interpretar dados externos e, depois disso, resolver problemas direcionados. Essencialmente, trata-se de sistemas computacionais que simulam a capacidade humana de raciocinar, aprender a reconhecer padrões e resolver tarefas específicas [1].

          Apesar de parecer nova, essa tecnologia já vem sendo desenvolvida há um tempinho e um aspecto importante é que o desenvolvimento das diferentes partes que compõem as IAs envolve muitas áreas do conhecimento e são estudadas em diferentes momentos. Por exemplo, há conceitos relacionados ao funcionamento do cérebro humano no reconhecimento de padrões que têm origem nas neurociências, estudos sobre as representações matemáticas para o raciocínio lógico, no campo da matemática, dentre outros, essenciais para que se pudesse propor a ideia inicial do que entendemos como uma IA. [2]

          Um nome famoso associado às IAs é o de Alan Turing, que foi um dos responsáveis pela teoria por trás do desenvolvimento desses “produtos” em 1950. No seu artigo Computing Machinery and Intelligence, ou Maquinário de Computação e Inteligência (tradução livre), propõe a existência de uma máquina capaz de imitar humanos e sua maneira de pensar, bem como um teste para verificar essa capacidade na máquina, chamado de Jogo da Imitação (ou, posteriormente, Teste de Turing). O teste propõe que a máquina poderia ser considerada inteligente se, ao final de uma série de perguntas, um juiz humano não conseguisse reconhecer se as respostas foram dadas por um humano ou uma máquina. [2]

          A partir deste “start”, diferentes possibilidades e desenvolvimentos surgiram e é interessante entendermos como esses sistemas funcionam e interferem em nossas vidas.

 

A “mente” por trás das IAs

          As IAs são máquinas abastecidas com muitas informações. Ou seja, podemos inserir livros, vídeos, áudios, etc., para que elas acessem e guardem essas informações em seu “cérebro” eletrônico. Mas só com as informações, elas não conseguem fazer nada, pois precisam aprender a usá-las. Portanto, as IAs passam por um processo de aprendizagem intenso chamado de machine learning (“aprendizado de máquina”). Depois de armazenar as informações, a máquina realiza uma série de processos (com base em cálculos matemáticos) que a ajudam a reconhecer padrões nas informações analisadas [2].

          Esse reconhecimento de padrões varia de acordo com a função específica da IA. Por exemplo, chatbots, que são aquelas IAs para as quais você faz perguntas diretas, utilizam este reconhecimento para determinar o significado das palavras enviadas a eles, de acordo com o contexto em que são usadas, e, assim, conseguem elaborar uma resposta e conversar com o usuário!

 

Usando e abusando…

          Como dissemos antes, apesar dessas IAs serem recentes, o conceito e os pioneiros das IAs vêm de tempos atrás. Os chatbots modernos têm origem em um primeiro sistema chamado ELIZA, desenvolvido em meados de 1960, pelo professor Joseph Weizenbaum e sua equipe, no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) – EUA. A Eliza desempenhava o papel de uma terapeuta virtual. Ela identificava o que as pessoas falavam e retornava uma resposta baseada em modelos conhecidos de frases que se encaixavam com o prompt (mensagem enviada pela pessoa). [3,4,5]

          Outro caso emblemático ocorreu em 1996, Garry Kasparov, campeão mundial de xadrez, enfrentou a IA da IBM, Deep Blue, em uma partida de xadrez. O resultado da primeira partida foi uma vitória de Deep Blue! Dá para acreditar? No entanto, Kasparov obteve sua revanche, ganhando as partidas subsequentes. [6]

          Hoje em dia, as IAs já estão presentes em diversos sistemas. Quem nunca foi atendido por uma voz eletrônica pedindo para digitar números e ser direcionado a lugares específicos. Esses sistemas evoluíram e agora há serviços de atendimento ao consumidor com chatbots que são, de fato, IAs. Além disso, há aqueles sistemas como a Alexa, a Siri, dentre outros assistentes virtuais inteligentes que já estão mais modernos em termos de processamento de dados (conseguem interagir com os usuários a partir de uma linguagem mais natural, auxiliam as pessoas em determinadas tarefas, entre outras funções e aplicações) e também chatbots, como o Chat GPT (da Open AI); Gemini (do Google); Meta AI (da Meta Platforms, Inc.); etc. [7] 

          Mais do que isso, atividades comuns do dia-a-dia têm sido tarefas das IAs. Por exemplo, segundo uma matéria da CNN, um estudo mostrou que 52% da população brasileira usou o ChatGPT e outros assistentes para fazer sua lista de compras nos últimos 12 meses [8]. Assustador ou não?

 

Em que isto pode ser útil?

          Apesar de muitos avanços no campo de desenvolvimento, o uso das IAs tem enfrentado questões preocupantes em outras áreas. Qual é o limite ético para o uso da IA? Qual é o limite de confiança que devemos considerar ao gerar um material com esses sistemas? De fato, o uso das IAs pode substituir alguma tarefa humana? Quais?

          Há inúmeros questionamentos ainda sendo feitos e conhecer um pouquinho mais sobre a sua história, como ela é desenvolvida e seus usos/aplicações parece ser importante e interessante, assim como pensar e discutir as leis e regulamentações de seu uso. Esses são temas para os próximos textos.

Continue falando sobre ciência.

 

 

Referências:

[1] BARBOSA, Lucia Martins; PORTES, Luiza Alves Ferreira. A Inteligência Artificial. Revista Tecnologia Educacional [on line], Rio de Janeiro, n. 236, p.16- 27, 2023. ISSN: 0102-5503. Disponível em: https://abt-br.org.br/wp-content/uploads/2023/03/RTE_236.pdf#page=16. Acesso em 06 de maio de 2025

 

[2] RUSSELL, Stuart J; NORVIG, Peter. Inteligência artificial. Tradução da 2. ed. Original: Artificial Intelligence. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

 

[3] Assistente virtual e chatbot: é possível integrar?. Botdesigner. Disponível em: https://botdesigner.io/integrando-assistente-virtual-e-chatbot-na-saude/ . Acesso em 28 de maio de 2025

 

[4] Qual é a diferença entre um chatbot e um assistente virtual?. Amper. Disponível em: 

https://www.amper.ag/post/qual-e-a-diferen%C3%A7a-entre-um-chatbot-e-um-assistente-virtual#:~:text=Em%20resumo%2C%20enquanto%20os%20chatbots,auxiliar%20os%20usu%C3%A1rios%20em%20suas. Acesso em 28 de maio de 2025

 

[5] Infinitamente. O vídeo para entender Inteligência Artificial de verdade. Disponível em: https://youtu.be/V2POyQVQuzA?feature=shared

 

[6] FRANZÃO, Luiza. 25 anos após Kasparov: veja em que a inteligência artificial já superou os humanos. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/tecnologia/25-anos-depois-de-kasparov-onde-a-inteligencia-artificial-ja-venceu-humanos/.

 

[7] CRUZ, Myrt Thânia de Souza. A inteligência artificial e sua presença na vida cotidiana das pessoas. Cadernos Adenauer XXIII (2022) nº2. p. 47. Disponível em: https://www.kas.de/documents/265553/265602/Cad+2022-2+-+cap%C3%ADtulo+3.pdf/8970af3c-4ed5-6bf3-c862-58c68d461585?t=1657650607099. Acesso em 12 de maio de 2025.

[8] Ramos, Marien. Mais da metade dos brasileiros usam IA para fazer compras, diz relatório. CNN Brasil. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/economia/financas/mais-da-metade-dos-brasileiros-usam-ia-para-fazer-compras-diz-relatorio/. Acesso em 15 de jun. de 2025

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *