COMUNICANDO CIÊNCIA ATRAVÉS DE IMAGENS – PARTE 3

Nesta série de posts, estamos falando sobre Ilustração científica, e um pouquinho sobre a importância da arte para comunicação da ciência.

Quando a arte serve aos propósitos da ciência, as prioridades mudam. Agradar ao senso estético do observador é menos importante do que a precisão e a confiabilidade da obra (embora alguns artistas ao longo da história tenham sido geniais o suficiente para atender a ambos os desígnios). O objetivo da ilustração científica é ser útil e acurada – permitindo aos cientistas formular ou demonstrar modelos, teorias e hipóteses. Neste aspecto, a ilustração científica serve de força motriz ao pensamento e à comunicação dos resultados de uma pesquisa. Mas não apenas: as imagens cientificamente embasadas são usadas há séculos para instruir, estimular a preservação da natureza, e para comunicar ciência ao público não especializado.

>> Parte 1: O que é ilustração científica?

>> Parte 2: Pra quê desenhar se podemos fotografar?

Parte 3: Conclusões e perspectivas

 

Em resumo, a ilustração científica é uma simbiose entre arte e ciência, na qual beleza estética não é prioridade, mas a capacidade comunicativa é essencial. A ilustração permite realçar e explicar informações de um modo que outras ferramentas não são capazes de fazer, e é um recurso imprescindível para a evolução do conhecimento, seja por permitir explorar conceitos e analisar hipóteses, seja como ferramenta educativa.

 

 

Na atualidade, a ilustração analógica e bidimensional está evoluindo para gráficos e animações tridimensionais (incluindo recursos de realidade aumentada e ambientes virtuais), que permitem explorar e expandir ainda mais o potencial informativo e abstrato da comunicação visual. A transição do desenho feito com aquarelas e acrílicas para códigos binários traduzidos em monitores está longe de ser um sinal de declínio para esta arte. Como uma estrutura viva e adaptável, ela se altera, mas não é substituível.

 

 

Bibliografia consultada:

  • Nye, L. S. (2004), The minds’ eye: Biomedical visualization: The most powerful tool in science.
  • Biochem. Mol. Biol. Educ., 32: 123-131. doi:10.1002/bmb.2004.494032020337
    Calkins, C. M., Franciosi, J. P. and Kolesari, G. L. (1999), Human anatomical science and illustration: The origin of two inseparable disciplines. Clin. Anat., 12: 120-129.doi:10.1002/(SICI)1098-2353(1999)12:2<120::AID-CA7>3.0.CO;2-V
  • Hajar R. Medical Illustration: Art in Medical Education. Heart Views : The Official Journal of the Gulf Heart
    Association. 2011;12(2):83-91. doi:10.4103/1995-705X.86023.
  • LOK, Corie. Biomedical illustration: From monsters to molecules. Nature, v. 477, n. 7364, p. 359-361,
    2011.
    https://www.nature.com/nature/journal/v477/n7364/full/nj7364-359a.html
  • Keyles, Shayna. The art of scientific illustration. GotScienceMagazine. 2017
    https://www.gotscience.org/2017/06/art-scientific-illustration/
  • WRIGHT, Helen. Introduction to scientific visualization. Springer Science & Business Media, 2007.
  • Tsafrir, J. and Ohry, A. (2001), Medical illustration: from caves to cyberspace. Health Information &
    Libraries Journal, 18: 99-109. doi:10.1046/j.1471-1842.2001.d01-16.x

2 comentários

Ana Paula · 18 de outubro de 2020 às 15:11

Gostei muito da série. Sonho um dia poder trabalhar com ilustração científica mas não sei qual gradução fazer. Por enquanto tenho feito aulas de desenho, mas quem sabe um dia...

Rafhael · 17 de maio de 2022 às 21:10

vc pode optar por biologia de forma geral ,mas não só esse caminho , durante o curso ir se aprimorando , fazendo parcerias , estagio,oficinas,e quem sabe uma monografia na area.

Deixe um comentário

Avatar placeholder

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *