A química e a genética do amor

Acabou de entrar no ar uma empresa de serviços online para solteiros que querem achas seus companheiros ideais. Mas este site, ao contrário dos milhares que já existem nesta área, vem com uma idéia nova. Agrupar as pessoas pelo DNA.


Um fato da teoria evolutiva é que a diversidade propicia evolução. Principalmente se a diversidade for do sistema imune. Portanto quanto mais diferente entre si for o sistema imune dos pais, uma criança vai ter uma defesa maior a infecções, um maior repertório para responder a microorganismos.


Se esta informação estivesse só no DNA não conseguiríamos escolher as pessoas com sistema imune diferente do nosso, e a coisa seria aleatória. Mas alguns estudos têm mostrado que preferimos o odor natural de pessoas que têm o sistema imune mais diferente do nosso. Ou seja, os humanos usam o faro para ajudar na decisão de escolha de parceiro.


Foi apostando nisto que o idealizador do site de encontros montou seu negócio. Por 1.995 dólares você recebe um kit para coletar células raspadas de sua boca e enviar para um laboratório que seqüenciará essas regiões de diversidade do sistema imune, conhecidas como MHC. Claro que há um questionário como em todos os sites de encontros, talvez perguntas como qual seu hobbie ou comida preferida. Somando tudo isto, personalidade e genética, a promessa é de achar o seu par perfeito, com quem vai rolar aquela química, como promete o site.


Caso este site realmente funcione acima da média dos outros sites de encontro, será a prova de que em relações humanas os opostos se atraem.


Links:

K. Grens, “Darwin hits dating,” The Scientist, June 28, 2007.
http://www.the-scientist.com/news/display/53296/

N. Atkinson, “Match ‘n’ sniff: The MHC T-shirt conundrum,” The Scientist, September, 2006.
http://www.the-scientist.com/2006/9/1/32/1/

Garver-Apcar C.E. et al., “Major histocompatibility complex alleles, sexual responsivity, and unfaithfulness in romantic couples,” Psychol Sci, 17:830-5, 2006.
http://www.the-scientist.com/pubmed/17100780

Um comentário em “A química e a genética do amor”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *