Como a COVID-19 provoca a perda de olfato e do paladar?
Quem teve COVID-19, provavelmente apresentou perda do olfato ou a perda do paladar. Caso não tenham sentido esses sintomas, possivelmente conhece alguém que tenha apresentado tais sintomas. Mas, afinal, o que é a perda de olfato e de paladar? Como ela se desenvolve? E como fazemos para nos curar?
Giulia Bonafé e João Gabriel de Q. Manrique
A anosmia e a ageusia são, respectivamente, a perda total do olfato e do paladar. No entanto, existem “graus” de intensidade dessa perda. Ou seja, enquanto a anosmia é a perda total do olfato, a hiposmia é a perda parcial do olfato e a parosmia é uma disfunção olfatória. A ageusia se comporta de maneira análoga, sendo esta a perda total do paladar, a hipogeusia, a perda parcial do paladar e a disgeusia é uma alteração da gustação.
Vale a pena ressaltar, também, que como o olfato está diretamente relacionado à percepção do paladar, a pessoa que sofre de anosmia, comumente, tem dificuldade de diferenciar sabores, apesar de ainda conseguir diferenciar o que é doce, salgado, azedo ou amargo.
A anosmia parcial é considerada a forma mais comum de disfunção olfatória, estando relacionada a gripes, resfriados e até mesmo alergias. Por outro lado, a anosmia permanente acontece devido a lesões definitivas nos nervos olfativos e alterações nervosas, devido a infecções graves que acometem o nariz. Como em casos graves de COVID-19, por exemplo.
A relação entre o SARS-CoV-2, vírus causador da COVID-19, e da perda do olfato e do paladar é direta; sendo esse um dos principais sintomas para o diagnóstico. Geralmente, o diagnóstico da anosmia é feito pelo clínico geral ou pelo otorrinolaringologia por meio de exames. Conforme o especialista Dr. Percival Mitsumasa Suzuki, médico cardiologista da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (campus de Sorocaba) descreve:
“Para tratar esse problema, deve-se tratar o agente causador, no caso da COVID, o vírus SARS-COV-2, como uso de vacinas, de medicamentos à base de corticoides, antialérgicos, antiinflamatórios e cuidados gerais. Lembrar que para as doenças causadas por vírus, o seu combate é dado pelo sistema imunológico, e que esses medicamentos apenas atenuam sintomas e estimulam o sistema imunológico, no caso das vacinas.
Tanto a anosmia quanto a agusia são consequências do ataque do vírus às células sensoriais da língua e da mucosa nasal.Com isso, mesmo combatendo-se a COVID, esses sintomas podem perdurar por meses, dependendo da regeneração celular em cada uma das localidades. Na língua, a regeneração celular é mais rápida e na mucosa nasal é mais lenta, por isso, normalmente a anosmia perdura por mais tempo.
No caso mais comum da COVID, que é o comprometimento direto das células da língua e da mucosa nasal, os quadros de perdas do olfato e do paladar são transitórios. Porém, a COVID também compromete o Sistema Nervoso Central e, se esse comprometimento pegar áreas específicas do cérebro ligadas ao olfato e ao paladar, essa perda pode ser mais duradoura e talvez permanente. Não nos esqueçamos que o vírus da COVID é um vírus novo que ainda está sendo estudado e muita coisa ainda será descoberta.
A minha impressão é que as doenças virais serão determinantes no comportamento das pessoas ao longo dos próximos anos e décadas. Isso porque o comportamento humano é o fator decisivo na proliferação dessas doenças, que conseguem atingir toda a humanidade em questão de semanas, pegando todo o sistema imunológico despreparado em todos os povos, causando pandemias com milhões de mortes e isso é assustador.”
Fonte: FRIED (2021)
Para os tratamentos, é importante ter em mente que o ideal é fazer um acompanhamento com um profissional especialista, nesse caso, um acompanhamento médico de um otorrinolaringologia é o mais profícuo.
O tratamento varia de acordo com a causa. Nos casos mais comuns de anosmia causada por gripes, resfriados ou alergia, é recomendado o repouso, hidratação e uso de anti-histamínicos, descongestionantes nasais ou corticoides para diminuir os sintomas, os quais estressam o indivíduo.Em casos graves o médico poderá encaminhar o paciente para uma consulta com outros especialistas, como por exemplo, um neurologista, a fim de tratar a causa de forma mais adequada, ou até mesmo fazer uma intervenção cirúrgica reconstrutiva do epitélio nasal.
Outra solução viável para os casos de anosmia é o tratamento caseiro com o acompanhamento da otorrinolaringologia, que consiste em sentir o cheiro de substâncias que tem em sua casa. Como exemplo, cravo, mel, canela, pasta de dente, café, etc… O intuito desse tratamento é estimular as células olfatórias e neurais para o recondicionamento celular específico.
Portanto, anosmia e ageusia são tratados de acordo com sua intensidade e com o paciente, cada um recebendo um tratamento específico para sua enfermidade.
Vale ressaltar, também, que apenas 4% da população que tiveram casos intermediários a graves perderam o olfato e o paladar permanente. Contudo, pode se dizer que, apesar de ser um assunto muito comentado, apresenta um baixo percentual de casos permanentes.
Referências:
https://saude.abril.com.br/medicina/covid-19-por-que-a-perda-de-olfato-acontece-e-como-tratar/
https://www.tuasaude.com/disgeusia/
https://docs.google.com/document/d/1oWjHnIGrAoVCSQJdTdgCyar8oCEQjLKrMTFJO0QzNR4/edit?usp=drivesdk
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