Vírus são partículas infecciosas, invisíveis a olho nu. Eles são formados por um material genético protegido por estrutura formada basicamente por proteínas, o capsídeo. Alguns vírus também apresentam uma membrana (ou envelope) formado por proteínas e lípidos, uma biomolécula com nome de origem grega, lipos, gordura.
Existem vários tipos de vírus. Eles variam em tamanho, morfologia (formato e composição), mecanismos de replicação e conteúdo de material genético. Isso faz com que um vírus que atinge humanos possa não atingir outras espécies animais, como o cachorro. O contrário também é válido.
Comparado ao genoma humano, o material genético do vírus é pequeno. Por exemplo, enquanto o genoma humano tem cerca de 3 bilhões de pares de bases e cerca de 100 000 genes (National Human Genome Research Institute), os menores genomas virais variam de menos de 2 000 bases, contendo dois genes, a 2,5 milhões de pares de bases, contendo mais de 2 500 genes (Simmonds e Aiewsakun, 2018).
Apesar de terem no material genético as informaçõe necessárias para a produção de novos vírus, eles não são capazes de fazer isso sozinhos e por esse motivo são parasitas intracelulares obrigatórios.
Nos seres vivos, como nós seres humanos, acontece incessantemente inúmeras reações bio(quimicas), o metabolismo. Uma vez dentro da célula, o vírus usam o metabolismo do hospedeiro para se replicar. Dessa forma, as células infectadas produzem mais vírus que poderão infectar novas células e hospedeiros.
Valentões dentro da célula, fora eles são bem sensíveis. Os vírus duram pouco tempo sozinhos fora da célula/hospedeiro. Aí está a nossa vantagem em relação aos vírus: podemos quebrar a transmissão de hospedeiro a hospedeiro e dessa forma quebrar a propagação da contaminação. A quarentena é uma forma de ajudar nesse processo. Sobre isolamento sociala e quarentena, fica a sugestão de leitura do post Os isolamentos são importantes sim senhor! E não é de hoje essa prática…
A membrana ou envelope do vírus não é como uma armadura medieval, superresistente. Aí entra o nosso contra-ataque: o hábito de higiene que aprendemos desde pequenos: lavar as mãos com sabão.
Quando lavamos as mãos, o sabão interage com os lipídeos presentes na membrana (ou envelope) do vírus, desestabilizando e quebrando as interações físico-químicas que ocorrem no envelope, destruindo o vírus O sabão “dissolve” a gordura do vírus.
Para que o sabão possa agir de forma efetiva sobre o vírus é necessário lavar as mão de forma adequada, como mostra o Dr. Drauzio Varella no vídeo.
Referências
Ministério da Saúde. Coronavírus e novo coronavírus: o que é, causas, sintomas, tratamento e prevenção.
Voet, Donald e Judith Voet. Biochemistry. Third Edition. John Wiley & Sons, INC. 2004.
World Health Organization. Coronavirus disease (COVID-19) outbreak.
Agradeço a Profa. Dra.Maria Silvia Viccari Gatti pela revisão do texto, correções e sugestões.
Próxima postagem
Ficou curios@ para saber mais sobre como o sabão age no capsídeo? A CDF – Ciência de Fato traz na próxima postagem.
Texto muito bom, com linguagem super-acessível. Essencial nesse momento de desinformação generalizada.
Muito obrigada pelo comentário.
Ele é importante para sabermos se estamos indo na direção certa nos processos de divulgação científica.
Grande abraço,
Graci