“A diferença entre humanos e chimpanzés é de apenas 1%!”. Este é um dos dados mais usado pelos evolucionistas em discussões, pois nele está implícita a base da biologia evolucionista: que todos os seres vivos são aparentados e que nem o Homo sapiens escapa desta família. Prova disto seria a proximidade genética com outras espécies de animais, como o chimpanzé por exemplo. Mesmo num artigo anterior, neste mesmo blog (“Genoma do Homem de Neandertal. E daí?”), foi citada a tal diferença de 1 % para chimpanzés e 0,5% para o Homo neanderthalensis. O problema é que a coisa não é tão simples assim.
1% de que? Esta porcentagem, que ficou famosa em 1975, foi confirmada recentemente com o seqüenciamento do genoma do chimpanzé. Mas percebeu-se que este 1% (1,23% na verdade) se refere apenas a substituições de bases, ou seja, troca das moléculas que formam a seqüência do DNA. Trocar um A (adenosina) por um G (guanina), por exemplo. Mas os pesquisadores perceberam que estes 1,23% não levavam em conta trechos inteiros inseridos ou excluídos nos genomas. Levando isto em conta a porcentagem da diferença sobe para 3%. Analisando ainda as diferenças nos números de cópias de genes das duas espécies chegamos a 6,4% de diferença. E se considerarmos só os genes que estão funcionando em determinadas regiões de um tecido, por exemplo o cérebro, essa diferença de expressão pode chegar a 17%.
Na verdade é impossível calcular um número que defina a diferença absoluta entre qualquer espécie. Nas palavras de um pesquisador do consórcio para o seqüenciamento do chimpanzé: “No fim, nossas diferenças serão definidas no âmbito político, social e cultural”. E talvez seja nisso que os evolucionistas citados no inicio do texto possam apostar suas fichas. Não na porcentagem molecular, mas no incalculável e inegável reconhecimento de algo quase humano no olhar de um chimpanzé.
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