Diamantes… Y TEQUILAAAAAAA!!!

BA62839.jpg

E no texto de hoje daremos continuidade à nossa série Prêmio IgNobel no RNAm!

Os “homenageados” da vez são os vencedores do IgNobel de Química, por sintetizarem filmes de diamante a partir de um precursor líquido.

Até aí não há novidade, então qual é a graça desse trabalho?

Explico: a base líquida utilizada é a desgraça que faz 9 entre 10 mocinhas ex virgens perderem a linha na balada… a famigerada TEQUILA!

Amada por uns e odiada por outros (estou no segundo grupo, mas não contarei o motivo… dói minha cabeça só de lembrar), são necessários 8 anos para se cultivar o agave, uma espécie de cacto que serve de matéria-prima para essa maravilha refrescante NOT.

O agave “maduro” é cozido em vapor e sob pressão, e o suco extraído é fermentado e destilado duas vezes, dando origem a uma solução com 55% do mais puro álcool (que você pode usar prá desinfetar alguma coisa… ou prá judiar do seu fígado mesmo). O produto final (ayayay muchacho!!!) é diluído droga! em água para se obter uma concentração de álcool entre 38 e 43%, sendo então armazenado de diferentes maneiras, como fazem com a cachaça aqui (essa conversa está me dando sede, ainda bem que hoje é sexta-feira).

Mas, voltando ao IgNobel de Química, os filmes de diamantes foram crescidos usando tequila como líquido precursor através de uma técnica chamada PLI-CVD (sigla em Inglês para  injeção pulsada de líquido para deposição quimica a vapor), junto a silício ou aço inoxidável, em temperaturas de 850°C!!!

Quando o resultado foi analisado, foram encontrados pequenos cristais esféricos com a mesma assinatura físico-química do diamante, confirmando o sucesso do experimento.

DiamanteSi.jpg

Diamantes feitos com tequila e silício


DiamanteAço.jpg

Diamantes feitos com tequila e aço inoxidável

Eu já havia discutido alguns pontos da fabricação de diamantes sintéticos quando escrevi sobre os diamantes memoriais (é o RNAm mais uma vez servindo de radar prá um IgNobel). Essa pesquisa mexicana (eu nem precisava ter dito que a pesquisa foi realizada no México, precisava?) demonstrou um precursor novo – e, por que não, original – para se criar diamantes sintéticos. Além disso, a tequila possui uma proporção atômica ótima entre seus átomos de carbono, oxigênio e hidrogênio, sendo assim uma ótima alternativa para se produzir diamantes sintéticos em escala industrial…

… Isso segundo os autores, claro, porque eu preferia usar essa tequila prá fazer uma Margarita mesmo.

Não… é melhor não, eu já fiquei tonto só de pensar nessa possibilidade.

ps: o artigo completo pode ser acessado pelo arXiv.org em Growth of Diamond Films from Tequila.