Esta semana eu li um blog engraçado, do Edson Aran, intitulado “Como destruir seu Réveillon”. O texto descreve os tradicionais percalços, tão conhecidos por todos aqueles que já se aventuraram a encarar uma passagem de ano na praia (digo isso do ponto de vista da classe média e baixa, pois os da elite com certeza desconhecem este fenômeno). Num ponto do texto, o autor fala sobre aquele fenômeno musical que ocorre também nas praias, onde atualmente sempre tem alguém tocando, a todo volume, 2 gêneros musicais:sertanejo universitário e/ou funk carioca. Aran arremata dizendo: “você jamais — nunca, ever, em hipótese alguma — verá alguém ouvindo Miles Davis. É só funk e sertanejo”. Isso me pos a pensar num fenômeno que considero pouco estudado pela psicologia musical mas que é muito significativo; o efeito afetivo que evoca no ouvinte a necessidade de comunicar aos outros a música que aprecia. Em maior ou menor escala todo ouvinte sente isso e sabe que, ao escutar uma música de sua predileção, para que a sua satisfação musical seja completa, não basta escutar sozinho. Os outros ao seu redor tem que escutar junto; expontânea ou compulsoriamente.