Você Sabia Que As Plantas Também Infartam?

Publicado por Descascando a ciência em

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), mais de 300 mil pessoas sofrem infarto todos os anos no Brasil. Este dado pode ser acompanhado no cardiômetro, criado pela SBC.

Nos humanos, esse número tende a aumentar devido ao estilo de vida adotado por muitas pessoas. Basicamente, o infarto ocorre devido ao bloqueio da passagem de sangue nas artérias pela formação de coágulos derivados das placas de gorduras, impedindo que o sangue oxigenado seja distribuído para todo o corpo.

E como isso acontece nas plantas?

Infarto das plantas

As plantas também sofrem com “artérias entupidas” que causam o infarto, mas diferentemente de nós, elas não são entupidas por causa do descuido com a saúde, e sim pela ação de um fungo chamado Fusarium oxysporum.

O Fusarium oxysporum vive no solo e pode atacar diversas espécies de plantas, principalmente as cultivadas, como:

  • o tomate;
  • o feijão;
  • o algodão;
  • a soja;
  • os citrus;
  • entre diversas outras.

O fungo tem como porta de entrada as células das raízes, onde crescem até chegar ao xilema, passando a se desenvolver e produzir esporos.

O que é o xilema?

O xilema é basicamente a rede de artérias das plantas. São vasos condutores, que distribuem a água e os sais minerais absorvidos pelas raízes, fornecendo a matéria prima para a produção da solução nutritiva dos tecidos vegetais.  

Ao chegar no xilema, o fungo passa a crescer dentro desses vasos e causa o entupimento, impedindo que a água absorvida seja utilizada no metabolismo vegetal.

Observe que, mesmo com uma grande quantidade de água disponível, as plantas passam a apresentar sintomas de seca, levando ao amarelamento e murcha das folhas.

Esses sintomas são conhecidos como a “Murcha de Fusarium” ou “Fusariose” e podem  levar a morte da planta por falta de água.

Controle da fungo Fusarium oxysporum

Por se tratar de um fungo de solo, não existem defensivos agrícolas eficientes no controle da doença. Portanto, assim como no infarto em humanos, o melhor caminho é a prevenção.

Ela pode ser feita com a utilização de plantas mais resistentes ao ataque do fungo, e é exatamente para isso que a ciência vem batalhando tanto. 

Escrito por Caléo Panhoca de Almeida e Jean Fausto de Carvalho Paulino


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4 comentários

Al Kovaleski · 15 de janeiro de 2019 às 10:44

Acho que cabe também incluir que bactérias também podem causar entupimento do xilema

E com certeza mais que 300 infartos no Brasil por ano, talvez 300 mil?

    Laís · 30 de janeiro de 2019 às 17:19

    Obrigada pela observação, já corrigimos nosso erro de digitação. Quanto ao entupimento do xilema, nós já falamos sobre isso em outros post. https://www.blogs.unicamp.br/descascandoaciencia/2016/06/12/uma-sacada-de-genio/
    Mas podemos falar mais sobre isso também. Obrigada pelo feedback. Continue nos acompanhando.

Isa Diniz · 17 de janeiro de 2019 às 16:04

Estou amando os textos de vocês! Meu sonho é me formar em biologia (fico de olho em biotecnologia haha) e o blog é muito informativo. Valeu! Kkk

    Laís · 30 de janeiro de 2019 às 17:16

    Ficamos muito felizes que você esteja gostando dos nossos textos. Continue nos acompanhando e siga em frente para a realização do seu sonho. Precisando de dicas, estamos aqui. Bju

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