Pesquisadores da Universidade de Manchester foram capazes de detectar um composto químico com habilidade de oxidar poluentes atmosféricos como SO2 ou NO2.
Estes compostos foram propostos por Rudolf Criegee em 1949, porém a detecção e como eles se comportam na reação só foi possível com um equipamento ultra moderno que usa uma fonte luminosa oriunda de um Síncrotron de terceira geração para investigar reações químicas. Anterior a isso, sua presença era determinada indiretamente, o que gerava discrepâncias de várias ordens de grandeza em diferentes trabalhos e impossibilitando uma conclusão mais clara do papel destes compostos. Este novo equipamento de espectrometria de massa de fotoinização consegue identificar diferentes espécies isoméricas, por exemplo, ele conseguia diferenciar variações entre as concentrações de CH2OO (molécula de interesse) e de HCOOH (ácido fómico).
Estes compostos, agora chamados de Intermediários de Criegee, promovem a ozonólise (clivagem de ligações duplas entre dois átomos de carbono via reação com ozônio). Estas reações são de grande importância, pois geram aerossóis, desta forma, estimulando a formação de nuvens e, assim, maior reflexão de energia vinda do Sol. Isto é, maior quantidade de calor vindo do Sol é refletida para o espaço, não atingindo nosso planeta e, consequentemente, não o esquentando.
Porém, sempre tem um porém, a maior fonte dos intermediários de Criegge são os vegetais. Desta forma, além do seqüestro de carbono da atmosfera durante a fotossíntese das plantas, elas ainda são capazes de liberar compostos que ajudam na formação de nuvens, o que indiretamente “resfria” o planeta. Sendo assim, temos mais uma pesquisa que nos indica o importante papel das plantas na regulação da temperatura na Terra e reforçando a ação extremamente danosa do desmatamento de áreas naturais.
No artigo, os pesquisadores apresentam novos meios de produção destes compostos e, desta forma, gerar quantidade suficiente para analisar a cinética química destas reações. Em momento algum, os cientistas comentam sobre “aquecimento global”, muito menos como sendo seu trabalho uma solução para tal. Eles focaram somente na parte química da reação e não nos possíveis desdobramentos em larga escala de um possível uso destes compostos para combater o aquecimento global. Tomemos cuidado com as possíveis manchetes alegando a solução para nossos problemas cliamáticos.
Referência:
Welz, O., Savee, J., Osborn, D., Vasu, S., Percival, C., Shallcross, D., & Taatjes, C. (2012). Direct Kinetic Measurements of Criegee Intermediate (CH2OO) Formed by Reaction of CH2I with O2 Science, 335 (6065), 204-207 DOI: 10.1126/science.1213229
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