Oxigênio Podcast ganha prêmio com episódio feito em parceria com o GEICT

Por Thais Lassali

No dia 2 de julho, a Rede de Rádios Universitárias do Brasil (Rede Rubra) divulgou os ganhadores do IV Prêmio Rubra de Rádio Universitário. O Oxigênio Podcast, produzido pelo Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp e coordenado pela prof. Simone Pallone, ganhou dois primeiros lugares, além de receber uma menção honrosa na referida premiação. Os integrantes do GEICT Yama Chiodi e Poliana Martins participaram de duas das produções do Oxigênio Podcast (O2) agraciadas pelo prêmio.

A Rede Rubra reúne emissoras universitárias e projetos de produção em áudio realizados em âmbito universitário ou de pesquisa acadêmica. O Prêmio Rubra de Rádio Universitário agracia rádios universitárias, webrádios, podcasts e criações radiofônicas acadêmicas ou universitárias dos participantes da rede por meio de sete categorias: reportagem especial, documentário, podcast, radiodrama, divulgação científica, programa cultural e campanha institucional. O Oxigênio Podcast ficou em primeiro lugar nas categorias podcast, com dois episódios, e divulgação científica. Além disso, recebeu menção honrosa na categoria campanha institucional. 

O GEICT mantém uma parceria com o Oxigênio Podcast, com seus integrantes auxiliando e participando da produção de alguns dos episódios realizados pelo projeto. Como Simone Pallone, pesquisadora do Labjor e coordenadora do podcast, explicou ao Blog,

A parceria com o GEICT, tem sido bem importante pra nós, porque o grupo desenvolve pesquisas que despertam o interesse do nosso público. Eu e o Marko Monteiro, coordenador do grupo, temos colaborações em vários trabalhos já há bastante tempo. A parceria com o Oxigênio teve início com a série Emergências, em 2023, que foi criada pela Fabíola Junqueira, na época, bolsista Mídia Ciência do GEICT, com a supervisão científica do Marko e jornalística, minha.

Também comentando sobre a parceria entre O2 e GEICT, Chiodi acentuou a importância, para ele, de poder participar de uma redação, além de construir material junto com outros jornalistas de ciência.

Fazer jornalismo independente nunca é fácil, mas no caso do jornalismo de ciência isso é ainda mais complicado.  A universidade é um local único para reunir jornalistas e cientistas e o Oxigênio foi pioneiro em fazer esse trabalho na forma de podcast. Tal como no GEICT, no podcast a composição da equipe é bastante interdisciplinar e eu acredito que essa é uma das razões pelas quais a parceria deu certo.

A série Cidade de Ferro, cujo terceiro e último episódio, Entre a Vila e a Mina, ficou em primeiro lugar na categoria podcast, foi um dos frutos dessa parceria. Yama Chiodi, à época editor do Blog do GEICT e integrante do grupo, escreveu e produziu todos os episódios do podcast. Ele contou também com a participação de  Fernanda Capuvilla e de Lucas Nasser e a edição de  Elisa Valderano. Cidade de Ferro abordou os impactos da mineração na cidade de Itabira, terra natal do poeta Carlos Drummond de Andrade. O poeta mineiro utilizou suas poesias e crônicas para denunciar a destruição causada pela então Companhia do Vale do Rio Doce (hoje Vale) na cidade, ao passo que o podcast retrata esse encontro entre literatura e mineração misturando os escritos de Drummond com as histórias dos moradores de Itabira, a mineração da Vale e a geografia do estado de Minas Gerais. Como relembra Pallone,

Nos episódios, [Chiodi] vai narrando a destruição do Pico do Cauê e todos os impactos, trazendo os poemas e artigos em jornal escritos por Drummond como um segundo narrador ou um personagem. É um trabalho muito lindo. O terceiro episódio dessa série foi a minha escolha como um dos episódios para representar o Oxigênio para concorrer ao prêmio que ganhamos de melhor podcast.

A trajetória de Chiodi no Oxigênio começou com o episódio “Antropoceno: quando a humanidade é assunto da geologia” e passou também pela série Ecologia do Reparo. 

Outro integrante do GEICT que teve seu trabalho junto ao O2 agraciado pelo primeiro lugar na categoria podcast foi Poliana Martins com o episódio Racismo Ambiental: uma herança colonial. Além de Martins, também produziram o episódio Diana Mussi, Talita Gantus, Raphael Alves e Larah Camargo. O podcast retrata como os impactos ambientais atingem de maneira desproporcional populações negras, quilombolas e indígenas no Brasil, relacionando-o à história colonial do nosso país e  compreendendo as raízes históricas do racismo ambiental. O episódio foi resultado da Especialização em Jornalismo Científico do Labjor, na qual Martins se formou em 2024 com um TCC sobre a atuação política e acadêmica de mulheres negras no ambiente universitário. Atualmente, ela atua como bolsista Mídia Ciência da área Socioambiental do projeto AmazonFACE, liderado por Marko Monteiro.