Para muitos, a impressão que as eleições municipais causam é a de que, depois do pleito, pouca coisa muda substancialmente em termos econômicos e sociais para a população de um modo geral. Assim, a escolha dos prefeitos e vereadores dos 5.570 municípios do país[1] seria apenas um acontecimento inerte que, ao referir-se somente ao município, acabaria por estabelecer poucas relações com aquilo que é externo à cidade. Além disso, a tradição da política brasileira, permeada por fisiologismos, e a forma como as receitas dos impostos são distribuídas entre união, estados e municípios, limitariam os mais bem intencionados políticos locais em suas ações para a melhoria das condições do cidadão. No Brasil, conforme nossa Constituição, todos municípios têm as mesmas prerrogativas e responsabilidades, no entanto, entre estes há diferentes receitas, gastos, dotações em termos de recursos locais e diferentes conexões políticas e econômicas. A sensação de baixo dinamismo, muitas vezes, se dá em função do fato de que poucos municípios são os que realmente desfrutam de autonomia econômica para seu desenvolvimento econômico. Pensamos, dessa maneira, trazer para discussão, às vésperas das votações, alguns elementos econômicos que se referem a esta importante instância legislativa e administrativa estatal para que não fiquem totalmente ocultos em meio às disputas de narrativa tão comuns no período eleitoral.