Você sabia que diariamente pode ingerir milhões de esporos? E que alguns desses esporos, inclusive, são de bactérias extremamente patogênicas, como o causador do botulismo?
Vamos começar falando dos tipos de esporos de interesse na microbiologia de alimentos: de os esporos bacterianos e os esporos fúngicos.
Bactérias esporuladas, como o Clostridium botulinum (causadora do infame botulismo), entram em processo de esporulação quando encontram um ambiente hostil à célula, como situações de falta de nutrientes. Portanto, o esporo bacteriano é uma forma de sobrevivência encontrada pela espécie para se perpetuar. Cada célula vira um esporo. Não possui fins reprodutivos.
Já o esporo fúngico tem essa função. Ao contrário das bactérias, cada colônia de fungo pode produzir milhões de esporos. E cada esporo que encontrar um ambiente ideal, um novo fungo se formará!
Esporos no ambiente podem durar milênios! Você já ouviu falar da maldição das múmias do Egito? Confira o link abaixo e veja a relação com os esporos!
https://pt.wikipedia.org/wiki/Maldi%C3%A7%C3%A3o_do_fara%C3%B3
Outra característica marcante dos esporos é a alta resistência a tratamentos térmicos e/ou químicos. Os esporos são motivo de dor de cabeça às indústrias alimentícias. Esporulados podem deteriorar desde produtos enlatados, como atomatados, como produtos mais perecíveis, como carnes embaladas a vácuo. Encontrar novas formas de controle é sempre um desafio aos microbiologistas.
Tanto os esporos bacterianos, como os fúngicos, estão amplamente difundidos na natureza. Por isso que, inevitavelmente, acabaremos ingerindo-os diariamente.
Mas calma, não precisa se alarmar! Felizmente, nosso sistema gastro intestinal é uma máquina altamente evoluída, com aparatos capazes de eliminar essa ameaça. O baixo pH encontrado no nosso estômago é uma dessas armas.
Mas então por que as vezes ficamos doentes ao comer comida “estragada”?
Isso já é conversa para nossa próxima postagem! Continue ligado!
“Antes de o mundo ser macro, ele foi, é, e sempre será, microscópico”