O começo do século 20 DC foi marcado por grandes contrastes políticos e ideológicos que também influenciaram a estética musical. Desde o final do século 19 DC vinha-se percebendo o que alguns teóricos chamavam de “crise da tonalidade”, onde as regras de composição tonal não mais abarcavam todas as possibilidades e necessidades estéticas musicais. Compositores como Liszt já exploravam novas fronteiras, em composições fora dos domínios tonais, como a peça para piano “Bagatelle sans tonalité”, ou Richard Wagner, com trabalhos como a abertura de “Tristan und Isolde”, contendo os famosos acordes tonalmente dúbios, com a quarta, a sexta e a nona aumentadas, conhecidas como “Tristan chords” (acordes de Tristan). O termo “atonalismo” foi cunhado pelo compositor e teórico Joseph Marx, em sua tese de doutorado sobre tonalidade, defendida em 1907. Este é conhecido como período Modernista, onde ocorreu uma revolução na estética das artes como um todo. Com relação aos teóricos musicais, tem-se, de um lado, os trabalhos de Heinrich Schenker (1868–1935), criador da análise schenkeriana para música tonal, e de outro lado, os trabalhos de Arnold Schoenberg (1874–1951), considerado o precursor do pós-tonalismo. Tanto Schenker quanto Schoenberg eram compositores e teóricos de origem judaica que viveram no início do século 20 DC em Viena; um período de grande efervescência cultural, onde importantes figuras da história lá habitavam, tais como: Brahms, Mahler, Richard Strauss, Ludwig Wittgenstein, Sigmund Freud, Adolf Hitler, Leon Trotsky e Joseph Stalin, entre diversos outros.