Apresentada no teatro do Sesc Campinas ontem a noite, a obra Alla Prima – criação e interpretação de Tiago Cadete (Portugal/Rio de Janeiro), me faz refletir sobre a “preguiça de intérprete”, um sintoma possível na dança contemporânea. A “preguiça de intérprete” se mostra no corpo do bailarino. Em Alla Prima, Cadete parece acreditar que a nudez seria suficiente para garantir seu trabalho de cena. As poses, que seriam a própria essência da obra, não foram trabalhadas a ponto de ganharem precisão, tônus ou timming na relação com seus “originais” mostrados nas imagens de pinturas, gravuras e fotos que ocupam a outra metade do palco.