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Como venho mostrando no Blog ao longo do tempo, sabemos que a Ciência do bem-estar animal ainda é relativamente bem-recente e que, associado a isso, a definição do conceito de bem-estar animal é bem complexa e envolve diversas facetas. É nesse contexto que hoje eu gostaria de salientar aqui como é importante que façamos uma autocrítica quando estamos pensando, questionando e tentando resolver alguma situação que envolve o bem-estar animal. É importante lembrar que, mesmo com a melhor das intenções, podemos estar analisando as coisas a partir de um referencial equivocado ou ainda a partir do nosso próprio referencial…
Assim, é importante lembrar que diferentes espécies de animais têm diferentes percepções do ambiente que os cerca e das situações nas quais estejam envolvidos. Os órgãos dos sentidos e seus níveis de percepção dos estímulos variam muito entre os animais, assim como o nível de processamento das informações. Além disso, mesmo considerando uma mesma espécie, diferenças individuais com base em experiências passadas, personalidades distintas ou ainda considerando outras características individuais também refletem em formas diferentes de lidar com o ambiente e o contexto. Com isso em mente, veja que é muito importante sempre refletir sobre o que, de fato, será mais benéfico para o animal considerando seu contexto, suas opções e suas características biológicas e individuais.
E é por isso que precisamos sempre manter um nível de autocrítica em mente na hora em que avaliamos ou estamos tentando solucionar alguma questão relacionada ao bem-estar animal. São várias facetas que devemos considerar e, a partir delas, julgar o que é melhor dadas as condições do animal. Pode não ser uma tarefa fácil, dependendo da circusntância, mas ao menos assim será mais objetiva, científica e bem embasada, tendo portanto maior chance de realmente proporcionar alguma melhora nas condições de bem-estar dos animais.