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Carnívoros: exemplos de estratégias de alimentação
Ao longo das últimas semanas, minhas postagens aqui no blog foram todas sobre o tema “Tomada de Alimento nos Animais”. Mais especificamente em minha última postagem (aqui), mostrei a vocês alguns exemplos de diferentes estratégias de captura de alimento em animais herbívoros. Hoje é a vez dos animais carnívoros. Apesar de já termos visto alguns exemplos sobre tais estratégias em postagens anteriores voltadas mais especificamente sobre estratégias predatórias dos animais (principalmente aqui), nos exemplos abaixo veremos algumas outras estratégias bem interessantes dos animais carnívoros. As imagens e suas respectivas descrições representam apenas alguns dos exemplos de complexidade e diferentes adaptações de animais carnívoros associadas ao seu processo de tomada de alimento. Isso nos ajuda a melhor compreender a capacidade cognitiva e adaptativa desses animais!
O peixe arqueiro pode lançar um forte jato de água capaz de derrubar insetos que estão na vegetação logo acima da superfície da água. Ao lançar o jato, ele pressiona sua língua dentro de uma ranhura que percorre o teto de sua boca. Assim, rapidamente fechando o opérculo, uma corrente de água é forçada para fora. Essa prática melhora com a experiência, de forma que adultos são bem acurados.
O guepardo tem a coluna vertebral bem flexível, além de patas alongadas que alcançam um passo largo. Ele também apresenta ossos leves e a cauda bem longa. Essa funciona como um “leme”, permitindo que o guepardo faça curvas estreitas ao perseguir presas ágeis. Um golpe na região traseira derruba da presa (ex: gazela) a derruba e o guepardo rapidamente morde sua garganta antes que ela consiga se recuperar.
A garça-real negra permanence sobre a água e abre suas asas de forma a mantê-las em arco a frente de seu corpo, formando um refúgio que se assemelha a um “guarda-sol”. Pequenos peixes são atraídos para a sombra formada por esse refúgio, buscando proteção contra predadores. O sombreamento das asas também reduz o brilho do sol, o que permite que a ave tenha melhor visão de suas presas e, assim, alimente-se mais facilmente dos peixes.
A saliva das ninfas de barata d’água é bem tóxica, chegando a ser similar ao veneno de algumas cobras. Assim, as substâncias contidas em tal saliva são capazes de paralisar presas proporcionalmente grandes, tais como sapos e peixes. Quando uma presa é capturada pelas pernas frontais especialmente modificadas da barata d’água, a toxina inoculada dissolve a presa e o alimento liquefeito pode então ser sugado pela ninfa.
As baleias jubarte formam uma rede de bolhas ao nadarem de forma padronizada em espiral de baixo para cima, ao mesmo tempo em que exalam ar vagarosamente. Quando várias baleias cooperam num mesmo grupo, há divisão de trabalho. Nessa condição, algumas baleias fazem as bolhas enquanto outras juntam os peixes de baixo para cima. Em seguida, as baleias vem à superfície no anel de bolhas e engolem peixes que ficam presos na rede de bolhas. Tais redes podem ter diâmetros de até 30m!
A aranha conhecida como Rufous net-casting é uma caçadora noturna que captura diversos animais pequenos, tais como formiga, grilos, bezouros ou mesmo outras aranhas. Ela tece uma pequena rede de seda distorcida e elástica, que é mantida de forma a permanecer armada entre seus membros por seus dois primeiros pares de patas. A aranha com sua rede permenece logo acima da superfície e, assim, qualquer inseto que passar sob a rede é rapidamente envolvido nela numa emboscada.