Cuidado com os “jargões” de área

Às vezes nos tornamos tão imersos no assunto com o qual trabalhamos que facilmente não nos damos conta de que diversos termos e expressões que usamos ao conversar com outras pessoas (muitas vezes conhecidos como jargões de área) podem não ser familiares para essas pessoas… Mesmo em apresentações formais em eventos científicos devemos tomar cuidado, pois as pessoas presentes podem pertencer a outras áreas ou mesmo serem jovens estudantes que ainda não estão familiarizados com os termos. Podem ainda ser pessoas que não são especializadas na área, mas que se interessam pelo tema…

Isso não é diferente na área de comportamento e bem-estar animal. Há diversos conceitos e termos nessa área que pessoas de áreas correlatas, jovens estudantes ou aquelas não-especializadas, mas que se interessam pelo tema, podem não saber… Isso nunca deve ser um impedimento para discussões sobre comportamento e bem-estar animal e, mais ainda, em nenhuma área científica. Além disso, se nosso foco é justamente trabalhar para melhorar cada vez mais o conhecimento científico em comportamento e bem-estar animal e também a qualidade de vida dos animais na prática, esse tipo de coisa não deve ser uma barreira. Quanto mais pessoas se interessarem pela área e entrarem na luta (científica ou prática, ou ambos!) pela melhora na qualidade de vida dos animais, melhor!

Assim, quando estamos conversando com alguém ou apresentando algo sobre comportamento e bem-estar animal é importante sempre levar em consideração qual é o público com quem estamos especificamente lidando. Nesse sentido, saberemos melhor discernir quais conceitos e termos devemos definir em meio a nossa fala, bem como a própria linguagem que devemos usar na conversa ou apresentação visando atingir uma boa compreensão do público ou da pessoa com quem estivermos falando. Além disso, se estiver ministrando uma apresentação formal, procure sempre abrir para perguntas e veja se as pessoas em geral estão entendendo o conteúdo que você está apresentando. Por outro lado, se for um ouvinte ou alguém com menos conhecimento específico numa conversa, não tenha vergonha de perguntar sobre conceitos ou termos específicos. Ninguém é obrigado a saber tudo sobre o assunto! E, se por acaso, você se deparar com alguém que pense o contrário, apenas ignore…a falha é dele, e não sua. Não deixe que isso desestimule seu interesse pela área, nem suas perguntas/colocações e críticas… Elas podem ser muito importantes para a construção de conhecimento. Pense sobre isso.