Cuidado com superficialidades!

Atualmente vivemos em um mundo em que somos “bombardeados” por informações a todo momento pelos mais diversos canais de mídia. Nesse contexto, com a vida corrida que a maioria leva, está cada vez mais comum um fenômeno que pode ser identificado como o “saber nada de tudo”, ou seja, estar informado de tudo que acontece, mas apenas muito superficialmente. Assim, aprofundamentos e estudos sobre determinados tópicos estão se tornando cada vez mais raros. Muitas vezes, apenas a manchete sobre uma notícia basta para a pessoa. E pior, muitas vezes a manchete acaba se revelando sensasionalista e nem indica o que realmente deveria divulgar para as pessoas. É claro que comportamento e, principalmente, o bem-estar animal não estão fora desse contexto. Veja aqui que a divulgação científica muitas vezes não é feita de forma adequada, o que culmina em sensasionalismos ou outras formas de divulgação inapropriada, que se somam a fequente falta de aprofundamento das pessoas.

E é por isso que hoje faço um apelo a você leitor. Antes de sair divulgando ou, ainda pior, tomando atitudes relacionadas à questões que envolvem comportamento e bem-estar animal, procure saber mais. Procure realmente conhecer o assunto. Cheque as fontes. Aliás, esse é outro grave problema atual… Não é infrequente que as pessoas divulguem informações fervorosamente sem antes checar suas fontes ou mesmo verificar se concordam com a informação completa. Assim, procure ter cuidado com superficialidades. Quando tomamos atitudes em relação ao bem-estar animal, são vidas de outros animais que estão em jogo. Por isso eu recomendo sempre que antes de agir, procure refletir sobre suas bases, ou seja, sobre em quais informações você está se baseando para agir da forma como pretende.

Cuidado também com o viés que vem de nossos preconceitos. Veja que temos uma certa tendência de divulgar informações que corroborem nossas próprias ideias enquanto “escondemos” aquelas que as negam. Esse é um viés muito perigoso, pois nos coloca em um “círculo vicioso” e acaba nos impedindo de enxergar determinado problema por diferentes ângulos. Procure ter a mente aberta. Se não concordar com alguém a respeito de algum conceito ou ideia relacionado ao comportamento ou bem-estar animal procure buscar as razões da discordância. Discussões sobre o assunto com pessoas que tenham visões diferentes da sua podem lhe abrir novos horizontes, caso sua mente esteja aberta a isso. E, caso tenha dúvidas, procure conversar com quem entende bem do assunto. Mais ainda, procure ouvir os argumentos de mais de uma pessoa, de preferência que tenham diferentes visões. Mas aqui há uma ressalva: argumento é diferente de opinião. A opinião de alguém pode ser simplesmente o que ela “acha”, sem uma fundamentação clara, lógica e que de fato faça sentido. Já o argumento requer premissas que por lógica fundamentem a conclusão do raciocínio. Assim, procure argumentos e não opniões infundadas.

Para finalizar, lembre-se que aquilo que você fizer ou deixar de fazer na prática quando estiver envolvido em questões de bem-estar animal vai interferir diretamente na vida de outros animais e também dos seres humanos envolvidos. Por isso é fundmental termos responsabilidade com nossas atitudes em relação ao bem-estar animal.