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Em minhas últimas postagens no Blog eu apresentei para vocês os “5 domínios” do bem-estar animal, trazendo conceitos (aqui) e também indicações de artigos. A proposta dos “5 domínios”, especialmente aquela mais recente que traz um modelo reformulado com características positivas e estados positivos dos animais, é mais abrangente e, de fato, incorpora os principais aspectos do bem-estar animal. Mas, quando é preciso tomar decisões práticas, em situações específicas, em qual desses domínios devemos focar?
Nem sempre dá para mexer em tudo na vida do animal! Assim, é importante saber escolher e pesar aquilo que é mais importante e que precisa ser trabalhado para que o objetivo de melhorar a qualidade de vida do animal envolvido seja, de fato, atingido.
Num primeiro momento, faz sentido pensar que devemos focar sempre no domínio 5, afinal ele reflete o estado mental do animal e, portanto, acaba sendo uma consequência psicológica do que está acontecendo nos demais domínios. É só lembrar do exemplo em que o animal está passando por uma restrição alimentar (domínio da Nutrição), o que reflete no sentimento de fome (domínio dos Estados Mentais). Entretanto, se seguirmos esse caminho, o que vai ocorrer é que vamos acabar considerando igualmente todos os domínios, pois os sentimentos envolvidos no estado mental dos animais (Domínio 5) serão reflexos dos outros 4 domínios.
Sendo assim, a pergunta ainda permanece… Em qual aspecto dos domínios eu devo focar? Lembre-se: cada caso é um caso… Em uma determinada situação, em que o animal esteja muito subnutrido, por exemplo, obviamente o domínio da Nutrição será muito relevante. Por outro lado, numa situação em que o animal está saudável, bem nutrido e se comportando normalmente, é mais importante avaliar seus estados mentais e como o ambiente pode estar interferindo nisso… Tudo depende do contexto, da espécie e do indivíduo envolvido. Numa determinada situação avaliar aspectos referentes ao domínio do ambiente e do comportamento pode ser mais relevante (imagine um animal num zoológico que está fisicamente saudável, bem nutrido, mas num ambiente pobre e apresenta uma estereotipia), enquanto em outra situação a saúde física do animal deverá vir em primeiro lugar. Por exemplo, quando o animal apresenta sinais claros de alguma doença não tratada, mesmo que seu ambiente não esteja tão bom ou mesmo que ele apresente alguma estereotipia, é importante pesar significativamente as considerações em relação à sua saúde antes de focar em aspectos de outros domínios.
Ou seja, na prática, ao avaliar os diversos aspectos do bem-estar animal, é importante “pesar” esses aspectos de forma diferente de acordo com o contexto e a situação especifica em cada caso. Vale sempre o nosso bom senso!