[Receptores de ‘dor’ e seu processamento cerebral em peixes]
Scientific research has demonstrated over the years that at least some species of fishes have receptor cells that are able to detect painful stimuli, which are known as nociceptors. It has also been shown that fishes have active conductive fibers for this kind of stimulus, which are known as C-fibers and A-delta fibers. These nerves work as a kind of ‘pathway’, leading the painful information to the fish brain.
One pioneering study about this was published in 2003 in the paper ‘Do fishes have nociceptors? Evidence for the evolution of a vertebrate sensory system’, from Dr Sneddon and collaborators. In this study, the researchers identified nociceptors on the head and the face of rainbow trout (Oncorhynchus mykiss) that presented characteristics physiologically similar to those described in other vertebrates and that were responsive to noxius stimuli!
Scientific evidence has also shown that painful information is then processed in the fish brain. One important study about this was published in 2005 in the paper ‘Mechanoreceptive and Nociceptive Responses in the Central Nervous System of Goldfish (Carassius auratus) and Trout (Oncorhynchus mykiss)’, from Drs Dunlop and Laming. By using pin-prod as a painful stimuli in goldfish and trout, they demonstrated that neuronal responses were elicited in spinal cord, cerebellum, tectum, and telencephalon – all regions of the central nervous system – in both species!
And it’s hard to imagine that this anatomical-physiological apparatus is only present in the fish species in which it has already been investigated, which means that in general, it is possible to say that fishes have the whole apparatus that enables them to perceive and process painful information.
TRADUÇÃO:
As pesquisas científicas vêm demonstrando ao longo dos anos que pelo menos algumas espécies de peixes possuem células receptoras capazes de detectar estímulos dolorosos, que são conhecidas como nociceptores. Também já foi demonstrado que os peixes possuem fibras condutoras ativas para esse tipo de estímulo, conhecidas como fibras C e fibras A-delta. Esses nervos funcionam como uma espécie de ‘caminho’ que leva a informação dolorosa até o cérebro do peixe.
Um estudo pioneiro sobre esse assunto foi publicado em 2003 no artigo científico ‘Do fishes have nociceptors? Evidence for the evolution of a vertebrate sensory system’, da Dra. Sneddon e seus colaboradores. Nesse estudo, os pesquisadores identificaram nociceptores na cabeça e na face da truta arco-íris (Oncorhynchus mykiss) que apresentaram características fisiologicamente semelhantes àquelas descritas em outros vertebrados, e que também foram responsivos a estímulos nocivos!
Evidências científicas também já mostraram que as informações dolorosas que chegam no cérebro dos peixes são então processadas nessa região. Um estudo importante sobre esse assunto foi publicado em 2005 no artigo ‘Mechanoreceptive and Nociceptive Responses in the Central Nervous System of Goldfish (Carassius auratus) and Trout (Oncorhynchus mykiss)’, dos Drs. Dunlop e Laming. Usando alfinetadas como estímulo doloroso em peixinhos dourados e trutas, eles demonstraram que respostas neuronais foram desencadeadas na medula espinhal, no cerebelo, no teto e no telencéfalo – todas regiões do sistema nervoso central – em ambas as espécies!
E é difícil imaginar que todo esse aparato anatômico-fisiológico esteja presente apenas nas espécies de peixes em que já foi investigado, o que significa que, em geral, pode-se dizer que os peixes possuem o aparato que lhes permite perceber e processar informações dolorosas.