Peixes: cuidado ao generalizá-los!

Quando falamos em peixes, sobretudo no que diz respeito às suas expressões comportamentais e sobre seu bem-estar, algo que é muito importante e que muitas vezes as pessoas não levam em consideração é a quantidade de espécies diferentes que existem desses animais…. Quando pensamos em mamíferos, aves ou até mesmo répteis e anfíbios é comum que as pessoas já imaginem certas espécies (leões, girafas, flamingos, etc) ou grupos específicos (ex: sapos, jacarés, serpentes, etc) com suas próprias características e peculiaridades. Entretanto, quando falamos em peixes, o cenário é outro… É comum que ao pensar em peixes as pessoas generalizem esses animais em suas mentes, como sendo todos meio parecidos… Parece que é mais difícil que as pessoas enxerguem as diferenças que existem entre espécies de peixes do que entre espécies de mamíferos, aves ou mesmo em outros grupos.

Existem cerca de 25 mil espécies de peixes conhecidas, sendo que esses animais compõem a maior diversidade de espécies no grupo dos vertebrados. Existem mais peixes do que mamíferos, aves, répteis ou anfíbios… Dessa forma, o que naturalmente esperamos é uma grande diversidade morfológica, biológica e, inclusive, comportamental entre as espécies de peixes. Nesse cenário, é evidente que generalizar os peixes é algo muito complicado… Por isso, quando estamos buscando entender a expressão comportamental e/ou melhorar a qualidade de vida desses animais, precisamos levar em conta toda essa diversidade de espécies com as quais estamos lidando. Apesar disso, ainda sabemos muito pouco sobre os peixes, inclusive sobre suas doenças, o que limita consideravelmente nossa capacidade de lidar com eles.

A partir disso, fica evidente a importância de estudar cada vez mais esses animais buscando melhor compreender cada uma das espécies conhecidas (ou ao menos os grupos de espécies nas famílias!). Afinal, para melhor lidar com os animais, sejam eles peixes ou não, é fundamental que tenhamos conhecimento científico bem embasado em mãos… Mas é claro que, enquanto isso não é possível dependendo do caso, sempre vale avaliar cada caso em função do contexto, das opções que temos em mãos e das experiências pelas quais os indivíduos passaram… Não generalize um peixe como simplesmente sendo “peixe”…busque observá-lo e, com base no que é conhecido (até mesmo em outros grupos de vertebrados), procurar entender a situação o mais adequadamente possível…