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Animais que, de alguma forma, estão expostos nas ruas ou nas estradas, sejam eles animais domésticos ou pertencentes a fauna silvestre, correm um grande risco de serem atropelados e consequentemente mortos. Para os animais domésticos, isso é mais um dos grandes problemas associados ao abandono. Animais abandonados estão extremamente susceptíveis a esse problema, especialmente se considerarmos que a maioria deles antes vivia apenas em casas ou apartamentos e não tem a menor noção de como lidar com as ruas. Além disso, também podemos ter aqui o problema da fuga de animais associada a questão dos atropelamentos. A fuga muitas vezes pode estar associada a ocorrência de eventos específicos, tais como os fogos de atifício, por exemplo. Animais que de alguma forma escapam de suas casas estão nas mesmas condições de animais recém abandonados por seus donos, ou seja, com nenhuma experiência das ruas… Portanto, a questão dos atropelamentos também tem relação com o bem-estar dos nossos animais domésticos.
Além disso, conforme também mencionei acima, temos a importante questão dos atropelamentos da fauna silvestre. Muitas espécies de animais silvestres estão vulneráveis ou já ameaçados de extinção. Nesse contexto, atropelamentos desses animais geram não apenas a perda da vida de um animal, mas aumentam ainda mais o risco de extinção da espécie em questão a longo prazo… Quando temos estradas que foram construídas de forma a passarem em meio a paisagens mais naturais, a situação é ainda mais grave, pois a estrada está fragmentando aquele ambiente natural… Veja que isso não apenas gera a possibilidade de atropelamentos de fauna no local, mas também gera o problema de bloquear ou ao menos reduzir a passagem de indivíduos de algumas espécies entre os dois fragmentos agora gerados pela estrada. Isso pode, inclusive, diminuir o fluxo gênico (troca de genes estre os indivíduos da mesma espécie, mas em populações diferentes) e, consequentemente reduzir a variabilidade genética dos indivíduos que é tão importante para a sobrevivência da espécie a longo prazo…
Assim, é importante considerar medidas que previnam ou ao menos minimizem esses problemas quando pensamos nos comportamentos naturais dos animais – inclusive considerando questões de bem-estar – e na própria conservação das espécies a longo prazo. A criação de passagens subterrâneas ou via passarelas superiores apropriadas pode ser uma boa opção para ajudar os animais nesses casos, mesmo considerando a possibilidade de que predadores possam aprender a esperar por presas em tais passagens… Não é por isso que devemos simplesmente deixar de tentar ajudar os animais nessas circunstâncias… Não fazer nada a respeito certamente é pior do que tentar algo a fim de buscar mitigar um problema que pode ser tão sério para os animais silvestres… E claro, no caso dos animais domésticos, certamente uma boa opção é trabalhar para evitar o abandono, resgatar animais abandonados e promover adoção consciente, além de procurar evitar a fuga dos animais por motivos específicos, tais como os fogos de atifício. Será que já não está na hora de banirmos os fogos de artifício barulhentos?