A partir de minhas 3 últimas postagens aqui (seleção de habitat: parte 1, parte 2 e parte 3) no blog, eu mostrei a vocês uma visão geral sobre como ocorre o processo de seleção de habitat nos animais. Ao longo das postagens vimos que a seleção de habitat está diretamente relacionada com a sobrevivência e sucesso reprodutivo dos animais e que esse processo não é tão simples quanto possa parecer… A partir disso, vimos vários exemplos de animais em diferentes contextos para detalhar e ilustrar as diversas facetas relacionadas à seleção de habitat.
Abaixo coloco para vocês diversas imagens ilustrando os exemplos que foram abordados nessas postagens sobre seleção de habitat. Vejam que em cada caso eu acrescentei brevemente uma descrição sobre qual exemplo anteriormente mencionado eu me refiro e, portanto, qual relação cada situação mostrada tem com a seleção de habitat. Caso tenham dúvidas, retornem às minhas 3 últimas postagens aqui no blog que tratam do tema seleção de habitat de forma mais completa. Confiram as imagens e as respectivas descrições:
Raposa do ártico: animal com pelagem espessa e branca, além de orelhas (extremidades) pequenas. Assim, a pelagem permite ao animal camuflar-se perfeitamente no ambiente, enquanto as orelhas pequenas evitam perda de calor para um ambiente externo tão gelado. ave Turdus migratorius: exemplo de que experiências passadas influenciam em escolhas futuras, pois indivíduos dessa espécie que não tiveram sucesso reprodutivo em determinado habitat num ano, não retornam ao mesmo local no ano seguinte para reproduzirem. Raposa do deserto: animal com pelagem rala e de coloração em tons de marrom claro que apresenta grandes orelhas finas. Essas características da pelagem permitem que o animal permaneça camuflado no ambiente desértico enquanto as características das orelhas permitem ampla perda de calor para o meio externo, o que é adaptativo num ambiente tão quente como o deserto Belding’s ground squirrel: são esquilos que constituem um exemplo claro de adaptação contra a endogamia associada a seleção de habitat em uma espécie cujos indivíduos vivem em grupos. Como é importante que as fêmeas permaneçam nos grupos para ajudar na defesa da toca e dos filhotes, os machos são obrigados a dispersar e encontrar novos habitats. Assim, acasalamento entre parentes, com consequente prole mais enfraquecida geneticamente,é evitado. ave Charadrius alexandrinus: essa espécie prefere nidificar em praias abertas e pequenas ilhas arenosas, de forma que a presença de pessoas e cães acabam resultando em ovos pisoteados e redução significativa do sucesso reprodutivo da espécie. A construção de praias artificiais não acessadas por humanos e cães foi essencial para proteger essa espécie. ave: Sternula antillarum: nessa espécie ocorre o mesmo problema de conflito com seres humanos e cães domésticos. Novamente as prais artificiais foram fundamentais para protegê-la. Os leões representam um bom exemplo de situações nas quais os indivíduos são obrigados a abandonar o território, que pode ser de qualidade, por terem perdido um confronto com um rival da própria espécie. No caso, leões machos disputam grupos de fêmeas entre si. O macho perdedor deverá abandonar o território em busca de outras possibilidades de acasalamento. peixe Esox masquinongy: esta espécie é um exemplo claro de que lutar por um habitat preferido tem limites, pois dependendo das circunstâncias pode ser mais prejudicial para o indivíduo permanecer no ambiente preferido. Neste caso, a superpopulução em locais preferidos funciona como estímulo aversivo e os indivíduos passam a selecionar outros habitats, pois a mortalidade em ambientes lotados é maior. Urso polar: alguns animais podem precisar de um amplo território para conseguirem alimento em quantidade suficiente para sua sobrevivência. O urso polar representa um caso extremo, necessitando de uma área que pode atingir 125.000 Km² Truta marrom: essa espécie é um exemplo claro da importância para um animal de utilizar ou mesmo permanecer num habitat preferido. As trutas marrons defendem mais o seu território (onde são os animais residentes) de intrusos quando ele é de sua preferência. formiga “fire ant” – Solenopsis sp: exemplo de que pode haver diferenças genéticas fortemente associadas ao processo de escolha de habitat. Neste caso, formigas que serão futuras rainhas da colônia e que nascem com um determinado genótipo acabam dispersam e abandonando o habitat original para não serem mortas por formigas operárias capazes de reconhecer seu genótipo específico.