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Anteriormente, postei sobre evolução em micro escala. Algo inimaginável na época em que Darwin era vivo. Na sua concepção, a evolução só acontece em imensos intervalos de tempo (milhares de anos).

Em um estudo que sairá em julho na American Naturalist (respeitado periódico científico), Swanne Gordon (Universidade de Riverside, Califórnia) e colaboradores puderam observar a ação da seleção natural em um curtíssimo intervalo de tempo. Eles usaram os famosos peixinhos guppies. No experimento, eles separaram uma população desses peixes em duas: a primeira em um ambiente livre de predadores, geralmente mais próximos as nascentes e com baixa disponibilidade de recursos; e a segunda em um ambiente com presença de predadores típico, localizado mais a jusante do rio (depois de quedas d’água).

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Após 8 anos, o  grupo observou uma nova adaptação na população do ambiente livre de predadores. Esta começou a produzir uma prole de maior tamanho corporal, mas menos numerosa. Em relação a população mantida no seu ambiente normal, não houve mudanças na quantidade e robustez dos filhotes. Continuou do jeito que era.

Gordon explica que essa mudança na qualidade dos decendentes se deve a pressão exercida pelos predadores. Em um ambiente com a presença deles, as fêmeas do guppie tem uma maior probabilidade de serem predadas (podendo ser a única chance delas reproduzirem), assim, investem o máximo de esforço possível em uma bastante numerosa. Já no ambiente livre de predadores, as fêmeas produzem embriões maiores e, assim, mais aptos a sobreviverem em ambientes com baixa disponibilidade de recursos (típico da localidade livre de predadores).

O pesquisador ainda conclui que as fêmeas dos ambientes livres de predadores produzem filhotes maiores não só porque são em menor número, mas também por não precisar investir todos seus esforços em um evento único de reprodução. Não existe o medo de morrer (ou melhor, ser predada).

Isto mostra que mudanças adaptativas podem aumentar as taxas de sobreviência em questão de umas poucas gerações em respota a novas características ambientais. É claro, que tal comportamento pode ser observado devido ao curto espaço entre as gerações desta espécie de peixe. Mas que é um fenômeno interessante de ser observado é. Darwin deve abrir um sorrisão no seu túmulo com resultados deste tipo.

Fonte: Eurakalert