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A Climate WeeK NY°C tem como função reunir líderes de vários países do globo para debater o tema central “Mudanças Climáticas”. Essa semana precede a Conferência sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas que será realizada na Dimarca (7-18 de Dezembro). Mas qual a função de mais um encontro como o de Nova YorK sobre mudanças climáticas?  É somente servir como palanque político para esses governantes falarem de suas possíveis (e impossíveis) políticas de combate ao aquecimento global. Hoje (terça feira 22/09), os líderes se reunirão para discutir abertamente sobre este problema.

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O logo é bem bolado (pelo menos isso)

Uma das pautas mais esperadas é sobre a influência da crise financeira sobre as emissões de CO2 globais. Um estudo da agência internacional de energia (ainda não publicado) mostra em dados preliminares que as emissões reduziram bastante e significativamente nos últimos meses. Além da freada na produção industrial, comenta-se ainda que políticas públicas de redução das emissões (principalmente as políticas européias) atuaram em sinergismo. Por exemplo, ana Europa houve uma redução de 1,3% em 2008 em relação a 2007, sendo 6,2% abaixo das metas de Kyoto para 2008. 

Nesse contexto, um mal-estar está crescendo entre os EUA e a União Européia. As metas que estão sendo aplicadas na Europa se mostram bastante promissoras (e até um pouco ousadas). Já nos EUA, devido a mobilização total do senado em relação a questão da Saúde, as políticas de controle de emissão de gases estufa estão andando a passos de tartaruga. Além disso, países como a China e Índia não estão fazendo absolutamente nada em relação a políticas públicas sobre esta questão. Ao contrário, a matriz energética chinesa é o carvão (uma das mais poluentes) e suas emissões só tendem a crescer.

Isso me parece uma guerra dos sujos contra os mal-lavados. EUA e Europa tem papel primordial na atual concentração de gases estufas na atmosfera. A revolução industrial começou na Europa. Já nos EUA, a produção industrial é colossal a décadas, alimentando um consumismo desenfreado. Estilos de vida europeus e norte-americanos são insustentáveis no nosso planeta. No outro canto de ring, as economias da China e Índia crescem em escalas absurdas ano após ano, sendo que a suas matrizes energéticas são as mais poluentes possíveis. Além é claro, de suas populações de bilhões de habitantes, fato extremamente danoso tanto para a questão climática, quanto para todas as outras questões ecológicas.

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Representante chinês, americano e dinamarquesa na briga de cachorro grande

Porém uma coisa que me incomoda é a culpa que estão atribuindo à China e Índia (claro que ambas possuem papel importante no atual cenário mundial). O economista chefe da Angência Internacional de Energia, Fatih Birol, argumenta que se a China alcançar as metas dela, será o país com maior redução das emissões. É fácil falar isso quando seu país não está mais em desenvolvimento. Não estou tirando a culpa da China, mas nossa situação atual se deve quase que exclusivamente as emissões Européias e Norte-americanas seculares. Enquanto os países desenvolvidos (leia-se EUA) continuarem com o discursinho de que as metas dos países em desenvolvimento (leia-se China) são as prioridades, e não se preocuparem com as suas próprias metas, o cabo-de-guerra não terá fim.

Minhas esperanças (que são poucas) recaem mesmo na Conferência sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas. O Protocolo de Kyoto foi quase que totalmente ignorado, suas metas foram classificadas como freios ao desenvolvimento econômico. Um novo acordo precisa ser feito e ratificado por todas as nação (desenvolvidas e em desenvolvimento), novas metas devem ser traçadas. Mas, sem jamais esquecer os precedentes históricos de emissões, e agora, abrangendo as novas emissões dos países em desenvolvimento.