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Em sua volta ao mundo no navio Beagle, Darwin passou pela américa do sul. Veio ao Brasil, sendo uma das paradas aqui no Rio de Janeiro, indo de cavalo até Macaé. Realmente eu não sei como ele faz isso, de carro é um inferno, imagina de cavalo. Mas a paisagem era outra, sendo assim, acho que também arriscaria um passeio desses. Outro lugar na américa do sul  que Darwin visitou foram as Ilhas Falkland.  

Nesse arquiélago, Darwin encontrou um mamífero, mais precisamente (na opinião dele) uma raposa (identificação esta que depois foi corrigida, na verdade era um lobo). Esse lobo chamado de Lobo das Ilhas Falkland (que nome mais original) é a espécie Dusicyon australis. Mas existe um porém nessa história, essa ilhas se encontram a 500 milhas da costa da Argentina, isto é, 804 kilômetros de distância. E foi isso que intrigou Darwin. Como um lobo chegou naquelas ilhas tão distantes do continente? Não existe nem roedores nessas ilhas. Essa resposta ele não conseguiu dar. 

Pesquisadores americanos resolveram esse quebra-cabeças analisando amostras de DNA de alguns espécimes pestecentes a coleções de museus. Isso mesmo, o último exemplar vivo desta espécie foi abatido em 1876 por um caçador. Este animal está extinto. Voltando ao trabalho dos americanos, o DNA do lobo foi comparado com o de outras espécies de canídeos típicos da américa do sul, incluindo um grupo de canídeos parecidos com raposas que se supunha ser o grupo ancestral desta espécie. Porém os resultados foram diferentes do esperado. Os testes genéticos indicaram que essa espécie remete a outra espécie continental chamada Chrysocyon brachyurus (o famoso Lobo-Guará), tipico das campos sul americanos. Além disso, morfologicamente, essas duas espécies são bastante diferentes. 

 

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                                     Exemplar do museu de história natural de Leiben 

 

Pela análise do DNA mitocondrial, o último ancentral em comum dividido por essas espécies foi por vaolta de 70 mil anos atrás. Indicando que eles chegaram as ilhas Falklands no final da última era glacial. Bem antes dos  primeiros humanos a chegarem por lá, chegada essa data de 20 mil anos atrás. Outras pesquisas indicam que estas ilhas nunca foram conectadas ao continente, nem mesmo por ligações geradas pelo congelamento do mar. Os pesquisadores acreditam que o animal chegou a ilha preso a pedaços de madeira a deriva (funcionando com uma embarcação) ou em pedaços de gelo que se desprenderam da calota continental. Ambas explicações são difícieis de acreditar, pois o lobinho teria que navegar por 800 kilômetros a deriva até chegar as ilhas. Por não existir explicações melhores até agora, continuamos com essas mesmo. 

Esse é mais um exemplo de como a influência do homem acarretou sérios problemas ecológicos ao longo da história. A rota feita pelo homem ao longo de sua evolução, com ponto incial na África, teve como resultado um rastro de extinção. Sendo as ilhas as mais prejudicadas, seja pela influência direta (caça), seja pela indireta (introdução de espécies exóticas que acabam dizimando as nativas). E o pior é que esse processo continua acontecendo comtaxas cada vaz maiores.

 

Fonte: ScienceNOW