Quem aqui não tem um amigo chorão, ou conhece algum homem que chora mais que o normal? Sempre tachamos esses camaradas como frescos, menininhas ou coisas bichinha. Mal sabemos nós. Isso nada mais é que uma estratégia para conseguirem mais parceiras sexuais. Bem, pelo menos em camundongos isso tem alguma probabilidade de ser verdade.
Pesquisadores japoneses estudaram o ferormônio ESP1. Ele é secretado junto com as lágrimas do animal, e tem como produto um aumento na receptividade das fêmeas a esses machos chorões. Esses cientistas observaram que neurônios sensitivos, presentes em uma parte do aparelho respiratório do camundongo chamado órgão vomeronasal ou órgão do Jacobson, apresentam receptores do tipo V2Rp5 capazes de detectar o ESP1 e, a partir daí, estimular uma resposta comportamental na fêmea, fazendo com que ela arqueie (aumente a lordose) melhor suas costas permitindo um melhor “encaixe” na hora da cópula. Quando o ferormônio se liga no seu receptor nos neurônios presentes no aparelho respiratório da camundongo fêmea, é gerada uma transmissão de sinal para os núcleos amigdalóides e hipotalâmico do cérebro via o bulbo acessório olfatório.
Esse estímulo parece ser sexo-específico, isto é, só funciona com fêmea. O que é algo muito bom, pois imaginem um camundongo chorando e seus amigos ficando excitados e atraídos sexualmente por ele! Assista aos vídeos do grupo controle (sem exposição ao ferormônio) e o grupo com exposição ao ferormônio.
Ferormônios são amplamente encontrados na urina de animais, vide a ação repetitiva de algumas espécies urinarem em todos os lugares para marcar território ou para detectar parceiros em época reprodutiva. Porém, ferormônio em lágrimas podem ser uma outra alternativa, visto que permanecem “presos” ao corpo do macho quando secam. Será que isso tem a ver com o comportamento dos camundongos esfregarem o rosto toda hora?
Bem, só pelo efeito ser nas fêmeas e ainda ser de aumentar a receptividade sexual, ser chamado de chorão entre os camundongos deve ser um baita elogio. Esse tipo de efeito ainda não foi detectado em humanos. Mas acho que pode existir sim, pois é comum mulher achar bonitinho homem chorar. Será que é o ferormônio fazendo efeito?
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Referência:
Haga, S., Hattori, T., Sato, T., Sato, K., Matsuda, S., Kobayakawa, R., Sakano, H., Yoshihara, Y., Kikusui, T., & Touhara, K. (2010). The male mouse pheromone ESP1 enhances female sexual receptive behaviour through a specific vomeronasal receptor Nature, 466 (7302), 118-122 DOI: 10.1038/nature09142
Caro Breno
Independente do muito que o seu texto encerra e sugere,estes
ferormônios são mais uns actores de uma epopeia,ou outro título que se lhe queira dar,que se vai desenrolando aos olhos admirados,interrogativos,mas também indiferentes,não se sabe de quantos,na medida em que a CIÊNCIA os revela. Uma epopeia que terá um PRODUTOR-REALIZADOR,uma epopeia que terá um Final,que muitos desejariam ser um FINAL FELIZ.
Muito boa saúde,Breno.
Receptores olfativos homólogos, para substâncias voláteis que podem ser classificadas como ferormônios, existem em humanos. Mas não existe dados concretos que passaram por revisão de pares que suportam de maneira sólida a existência de ferormônios que provocam mudanças comportamentais rápidas, como o evento de atração e copulação descrito no artigo, entre camundongos. Ou seja, não existem muitas evidências sólidas para ferormônios humanos NO MOMENTO.
A sincronização da menstrual sexual entre grupos sexuais de mulheres, causadas possívelmente por odores masculinos ou femininos podem sugerir a existência de ferormônios humanos, mas foram detectados falhas metodológicas em muitas estudos
Wyatt, Tristram D. (2003). Pheromones and Animal Behaviour: Communication by Smell and Taste. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0-521-48526-6. p. 298 Quoting Preti & Weski (1999) "No peer reviewed data supporting the presences of...human...pheromones that cause rapid behavioral changes, such as attraction and/or copulation have been documented."
Hays, Warren S. T., Human pheromones: have they been demonstrated? Behavioral Ecology and Sociobiology, 2003, 54:89-97
Bear, Mark F.; Barry W. Connors, Michael A. Paradiso (2006). Neuroscience: Exploring the Brain. Lippincott Williams & Wilkins. ISBN 0781760038. p. 264 ...there has not yet been any hard evidence for human pheromones that might [change] sexual attraction (for members of either sex)[naturally]