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Como anunciado pelos nossos amigos do RNAm o prêmio IgNobel aconteceu na noite do último dia 29.E, como sempre, nos surpreende com as pesquisas mais doidas do mundo.

Os ganhadores de Biologia foram Darryl Gwynne and David Rentz. Com o trabalho intitulado: “Beetles on the Bottle: Male Buprestids Mistake Stubbies for Females (Coleoptera)

Isso mesmo que vocês leram. Esses dois cientistas observaram que os machos de besouro da espécie Julodimorpha bakewelli foram encontrados, por várias vezes, copulando com garrafas de cerveja. O interessante é que não é com qualquer garrafa. São garrafas de coloração marrom escura, fato este justificado pelos cientistas devido a possível semelhança com a coloração das fêmeas desta espécie. Além disso, o próprio brilho do recipiente lembra o reflexo da luz nos élitros das “super fêmeas”.

Notem na porção inferior do macho o seu “dito cujo” tentando penetrar na garrafa! No mínimo esse besouro deve achar a fêmea “jogo duro”.

Notem também que os insetos sapequinhas estão na maioria da vezes tentando copular com a parte com as ranhuras no fundo da garrafa. Os pesquisadores alegam que os machos confudem essas garrafas com fêmeas um “pouquinho maiores” e não por qualquer tipo de substância química presente no líquido dentro da garrafa. Na minha opinião, com os indivíduos machos da espécie humana a relação é inversa. O líquido na garrafa faz com que tentam copular com qualquer coisa que ande. Engraçado esta relação não?

Além da cor, o macho gosta das muito “grandinhas”

A atração é tão forte entre o besouro e a garrafa que, em algumas observações, foram encontrados machos tentando copular com a garrafa, sendo que os mesmos estavam cobertos por formigas que os tentavam devorar.

Por fim, os pesquisadores advertem que garrafas jogadas no ambiente, além de poluirem o ambiente física e visualmente, podem interferir drasticamente com o sistema de acasalamento dos besouros.

O manuscrito deste trabalho foi recebido pela primeira vez em 1981 e o artigo publicado em 1983. Imaginem a cara dos referees ao receberem a pérola. Mas brincadeiras à parte, esse trabalho traz características interessantes sobre as características sexuais da fêmea atrativas para o macho. Além disso, nos indica como a seleção sexual pode influenciar o tamanho corporal dos animais. Imaginem as fêmeas reais um pouquinho maiores ou mais reluzentes, estas podem atrair mais machos na natureza, deixando, assim, mais descendentes. Muito interessante!

Referência: “Beetles on the Bottle: Male Buprestids Mistake Stubbies for Females (Coleoptera),” D.T. Gwynne, and D.C.F. Rentz, Journal of the Australian Entomological Society, vol. 22, , no. 1, 1983, pp. 79-80