Este final de ano será de grande importância para as políticas de controle das mudanças climática globais. Semana passada teve início a Conferência das Partes da Convenção do Clima de Durban, a COP-17. Representantes de 195 países do mundo estão reunidos em Durban (África do Sul) para discutir os rumos dos acordos e tratados assinados (Bali 2007, Cancun 2010 e COP 15 Copenhague) para prevenir e mitigar os problemas causados pelo aquecimento global com origem antropogênica. Todos esses encontros tiveram como linha mestre o protocolo de Kyoto.
Agora em 2012, vencerá o primeiro período demarcado para avaliação de redução das emissões de gases estufa para atmosfera para os níveis de 1990. Isto é, será discutido a manutenção ou não do tratado, bem como alternativas para o mesmo. Bem, não precisamos dizer que esta mobilização tende, como as outras, ao fracasso. Como um dos objetivos da COP-17 é desenhar as formas de um novo tratado para redução de taxas de emissão, porém menos ambicioso que Kyoto, então como acreditar que este novo tratado será cumprido? Desde seu início, quando nem todos os países assinaram o comprometimento com suas metas (leia-se EUA e Austrália), Kyoto já dava sinais de que não iria “vingar”. Na Europa ele chegou a funcionar, sendo que alguma metas de redução das emissões foram atingidas. Porém, a divisão da responsabilidade entre as potências e os países emergentes e a contribuição histórica e atual de cada país foram questões que, no geral, fizeram que com Kyoto tenda ao fracasso.
Mesmo com a crise financeira ter dado uma leve freada nas emissões (nada animador), EUA e China simplesmente não deram a mínima para o tratado. Com isso, um artigo publicado na revista Nature Climate Change revela o resultado global: Com base nas emissões de 1990 (linha de base para o protocolo de Kyoto), as emissões aumentaram em 49%. Isso mesmo, ao invés de retomarmos para as taxas de 1990, nós aumentamos em quase que 50% este índice. Nesse contexto, este novo acordo climático será discutido em Durban, o que na minha humilde opinião, também está fadado ao fracasso. Mal posso esperar o próximo relatório do IPCC (2013/2014) para termos noção atual do impacto.
Como reduzir, se os processos que emitem estão tão enraizados no funcionamento financeiro global. Diminuir capacidade industrial? Duvido que algum país faça, principalmente agora com o crescimento econômico dos emergentes. Reduzir desmatamento? O principal vilão do mundo neste quesito, nós Brasil, não damos uma pontinha de esperança, dados mais atuais para o ano de 2010 dão conta de área de desmatameto na Amazônia igual a 4 cidades de São Paulo. Fontes alternativas? Na maioria, inviáveis econômica e, mesmo, ecologicamente. Claro que algo deve e precisa ser feito. Discussões e protocolos são necessários como geradores de metas e, mesmo, de mobilização de opinião pública. Enquanto o problema estiver totalmente ligado ao modus operandi da nossa sociedade, a solução fica cada vez mais difícil.
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