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Sem sombra de dúvidas, em algum momento em um futuro bem próximo, a produção industrial mundial sofrerá gravemente com a incapacidade de se gerar energia suficiente para sua continuação e desenvolvimento. 

No Brasil, mais de 80% da nossa matriz energética se baseia na hidroeletricidade. Sendo a hidrelétrica de Belo Monte o exemplo mais recente e polêmico. Entretanto, este tipo de energia, como a maioria das energias renováveis, dependem de fatores ambientais (externos), tais como precipitação, disponibilidade de grandes áreas, incidência solar, constância de ventos, entre outros.

 

A energia atômica vem como uma alternativa. Muito já escutamos sobre o acidente de Chernobyl, na qual um reator explodiu e liberou quantidades astronômicas de radiação no ar na Ucrânia, se espalhando pela Bieolorússia e Rússia, chegando até o Reino Unido. O mais recente acidente aconteceu no Japão, na usina de Fukushima, devido a tsunami que atingiu a ilha. Mais de 100 mil pessoas tiveram que ser deslocadas e os custos do desastre superam os 600 bilhões de dólares. 

Neste contexto, a imensa maioria das pessoas tende a descartar veementemente a energia atômica como uma alternativa na matriz energética de qualquer país. Entretanto, ao analisarmos os dois acidentes nucleares, podemos ver que, basicamente, eles aconteceram devido falhas humanas. O acidente em Chernobyl teve sua origem atribuída a falhas nos procedimentos de testes e falta de capacidade técnica do pessoal que gerenciava a usina. Já Fukushima, teve a origem do acidente relacionada aos tremores de terra e tsunami. Todos os procedimentos de segurança foram tomados, porém a usina estava preparada para enfrentar ondas de 6 metros, sendo atingida por ondas de 14 metros. Os geradores responsáveis pelo resfriamento dos reatores foram inundados e as equipes técnicas não conseguiram chegar devido à calamidade natural já instalada. Desta forma, foi um somatório de eventos catastróficos.  

Onde quero chegar, os dois acidentes aconteceram por falta de um planejamento mais crítico e cauteloso dos organizadores. Isto é, a energia em si é controlável, as técnicas de manutenção e transmissão são bem estabelecidas e o suprimento de energia é quase eterno. Além disso, novos reatores nucleares de resfriamento rápido têm sido desenvolvidos, aumentando significativamente a segurança deste tipo de geração de energia, uma vez que os mesmos tem o sistema de refrigeração melhorado e são capazes de usar resíduo nuclear de outros processos para gerar energia.

 

Todas as formas de gerar energia possuem seus riscos, mesmo eólicas, solar, hídrica, carvão e outras. A questão reside no custo benefício. Acredito que com melhores projetos, tanto estruturais, quanto de localização (acredito que construir uma usina em áreas reconhecidamente de alta incidência de terremotos, é um erro grave) a energia atômica tende a se tornar a fonte de energia principal do futuro. 

No Brasil, por exemplo, temos os exemplos de Angra 1 e 2, que bateram o recorde de produção de energia esse ano, sendo, acreditem ou não, a segunda fonte de maior produção de energia da nossa matriz energética, contribuindo com 3,17% do total gerado no Brasil. Angra 1 tem 30 anos de operação e Angra 2 tem 10 anos. Sendo que ambas estão no pico de suas produções em todo o tempo de suas existências.

Acredito que temos que investir cada vez mais em pesquisas na área de nuclear e acabar com preconceitos que energia nuclear e meio caminho para produção de armas de destruição em massa. Se pensarmos assim, a microbiologia tinha que acabar, que tal pesquisas com a bactéria do Antraz, ou a virologia com pesquisas com o Ebola (morte em 4 dias, no máximo), ou mesmo a aviação com produção de caças (não sei se é mito, mas falam que Santos Dumont foi atormentado pela culpa do avião estar sendo utilizado com fins bélicos), ou ainda a química com a produção do Napalm ou nitroglicerina. A questão é controle e pesquisa. Quanto mais dominarmos essa técnica, mais benefícios vamos tirar dela.