Duas grandes entidades que são capazes de calcular a temperatura média terrestre concordaram em uma coisa: 2012 está entre os 10 anos mais quente já registrados desde de 1880.
Tanto a Nasa, quanto o NOAA, mesmo com diferentes metodologias de cálculo, incluíram 2012 na lista dos top 10 anos mais quentes da história. Para Nasa, 2012 ficou como o nono ano mais quente, enquanto para o NOAA foi o décimo.
A figura acima, da Nasa, compara o aquecimento de 2012 com a média de 1951-1980. Desta forma, as áreas em vermelho representam regiões que ficaram mais quentes em 2012 em relação aos dados anteriores. Pelos dados da Nasa, 2012 foi 0,6ºC mais quente que a média do século 20. O NOAA indica que este foi o trigésimo sexto ano consecutivo de temperatura global maior que a média deste mesmo século 20. No geral, a temperatura de Terra aumentou 0,8ºC desde 1880 (início das medições).
No gráfico acima, o NOAA mostra como se deu a variação da temperatura ao longo dos 5 anos mais quentes registrados na história e, como comparação, 2012.
Os pesquisadores apontam que este aumento de temperatura está diretamente ligado ao aumento das concentrações de gases estufa na atmosfera. Para se ter uma ideia, em 1880 a concentração de CO2 na atmosfera era de 285 ppm. Em 1960, ela já tinha subido para 315 ppm, sendo que atualmente ela já está maior que 390 ppm.
O NOAA também indica que o artico apresentou um record em perda de área de geleiras e a Antática teve menor extensão de gelo que a média.
Para quem se esquece das discussões sobre aquecimento global e diante do fracasso, na minha opinião, da maioria dessas conferências sobre o clima (inclusive da Rio+20), estamos fazendo muito pouco. No fim do ano passado o Brasil emitiu mais de 15 milhões de toneladas de CO2 via termoelétricas, superando as emissões via desmatamento pela primeira vez (sendo que as emissões por desmatamento não são pequenas não).
Além disso, como já disse, um modelo de desenvolvimento ecônomico baseado no consumo de produtos e produção de carros em detrimento ao transporte público, só agrava ainda mais o problema. Aqui no Rio ainda é pior, pois o aumento do transporte público está atrelado ao aumento de veículos automotores (ônibus conhecidos como ligerões, o famoso BRT).
O paradigma de crescimento econômico brasileiro baseado no consumo deve mudar radicalmente, caso queriamos realmente enveredar por um caminho “sustentável”.
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