Escolha uma Página

A grande polêmica sobre vacinas, atualmente, reside na vacinação contra o HPV humano. Neste contexto, temos duas posição contrárias e distintas: início precoce da vida sexual de adolescente, visto que a vacinação é para a faixa de 11 a 13 anos; e os possíveis efeitos adversos da vacina.

A primeira posição é defendida por alguns líderes religiosos, sendo, no mínimo, patética. Declaram que a discussão sobre a doença causada pelo vírus e suas formas de contágio poderiam “estimular” as adolescentes a iniciariam precocemente sua vida sexual. Não, novela da globo com grande apelo sexual, não, BBB com sexo explícito, não, carnaval na sapucaí, não, essas coisas não estimulam a precocidade sexual, mas sim debates escolares sobre doenças sexualmente transmissíveis. Por favor, declarações dessas deveriam ser passíveis de cadeia. Justamente na faixa etária mais desinformada e de difícil passagem que é adolescência, existem pessoas que não querem promover o diálogo sobre vida sexual.

A segunda posição reside nos efeitos adversos da vacina. Para começar, toda vacina pode gerar algum tipo de feito adverso, mesmo em vacinas da gripe é comum. Na vacina contra HPV não poderia ser diferente. Entretanto, o CDC ainda recomenda a vacinação. A suposta correlação entre a vacina e a síndrome de Guillain-Barré não tem qualquer base científica, pelo contrário, artigos científicos declaram não haver esta correlação.

Além disso, ainda declaram que bastaria o exame de papanicolau para a a detecção e tratamento do câncer. Entretanto, como dito pela matéria, este exame é indicado para mulheres de 25 a 64 anos. Uma adolescente contraindo o vírus com seus 14 anos, por exemplo, teria muito tempo para o mesmo desenvolver as infecções e, posteriormente, o câncer. Justamente por isso a vacinação precoce. Existem artigos científicos (1 e 2) que recomendam a vacinação das adolescentes, uma vez que, após levantamentos sanitários, o número de meninas infectadas precocemente pelo vírus era muito maior do que imaginavam.

Por fim, argumentam que a vacina não cobriria todos os tipos de vírus circulantes na população. Só que isso vacina nenhuma faz. Mais uma vez, cito a vacinação da gripe, que deve ser feita anualmente para a atualização dos vírus novos. Geralmente, os vírus cobertos pelas vacinas são o de maior prevalência.

Este é um tema de grande importância, ainda mais quando relacionado a questões de saúde pública. Temos que ter bastante critério ao fazer qualquer tipo de contra indicação de vacinas. Espero fazer alguns updates sobre este tema neste mesmo post mais para frente.