Na última quarta-feira o INPE liberou os dados do anuais de análise do desmatamento da floresta Amazônica legal.
O período que analisado é entre os meses de agosto de julho do ano seguinte. O aumento em questão foi avaliado entre agosto de 2012 a julho de 2013, que quando comparado com o período anterior foi de 29%.
Este aumento já era esperado pelo governo, porém não tão grande quanto o que foi realmente observado.
A imprensa, no geral (e com razão), alardeou tal resultado (aqui, aqui, aqui e aqui, por exemplo). Mas como vocês podem observar nos links anteriores, a postura de cada órgão foi bem diferente.
Qualquer aumento no desmatamento nesta área é horrível, quer dizer, qualquer desmatamento é horrível. Porém, é notório o avanço no controle dessa prática no Brasil.
Vamos analisar o gráfico abaixo:
Podemos observar que estamos em uma descendente no desmatamento desde 2004. Isto se concretiza pelo pela redução de 79% do desmatamento desde o referido ano, quando foi criado a Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm).
Quando analisamos os números por estados, temos a seguinte tabela:
O Pará e Mato Grosso aparecem como os maiores devastadores, que juntos com Rondônia se destacam, e muito, dos outros estados. O caso do Pará, que possui mais de 55% do seu terreno composto de terras protegidas, é caracterizado pelo desmatamento ilegal para produção de madeira. Já o Mato Grosso é o maior produtor de soja do Brasil. Em ambos os casos, tais atividades fazem uma enorme pressão na floresta.
Porém, o que mais me estranha é o pessimismo de parte da imprensa, onde declarações como “Ambientalistas temem o desmatamento ganhe outro pique a partir de agora” são destacadas.
“Ambientalistas” quem? “Tomem um novo pique a partir de agora” com base no que? Os dados 2013/14, já estão indicando isso? A tendência de é de queda de mais de 79% em desde 2004, por que agora é de alta?
Lembro que estamos em um período das menores taxas de desmatamento da história e que, infelizmente, não observamos reduções em todos os anos possíveis, mas a tendência é de grande redução geral.
Muito ainda precisa ser feito e arrisco dizer que a questão passa, agora, mais na parte de fiscalização, porém essa questão sempre esbarra na problemática da grande extensão territorial da floresta.
Se o Brasil quiser cumprir suas metas de redução de emissão de gases estufa, o controle do desmatamento deve ser o ponto central da política ambiental.
Motivos não faltam para subsidiar o temor pelo aumento do desmatamento tem base no avanço de obras como a rodovia BR-319, pavimentação da transamazônica e outras, como a Belo Monte, que facilitam o acesso a áreas hoje consideradas remotas. Associado a isso, tem havido redução no orçamento de órgãos fiscalizadores como o ICMBio e IBAMA, este teve ainda sua área de atuação extremamente limada nos últimos anos.
Em estados como o Mato Grosso e Rondônia está até difícil achar o que desmatar...