Monthly Archives: maio 2008

Energia, biocombustíveis, alimentos

Recebi por mail esse texto e achei muito bom. Grifei as partes que mais me interessaram. Só fica a pergunta: se até economistas super famosos como Paul Krugman está dizendo que os recursos estão acabando, não temos mais planeta para explorar, por que continuamos com essa obssessão de crescimento infinito e eterno? Seremos parasitas ao ponto de consumirmos até a última possibilidade pra então ir atrás de novo planeta para destruirmos? Mas até onde se sabe não há outro planeta…

ALIMENTOS E AGRO-COMBUSTÍVEIS: UM IMPASSE

Clóvis Cavalcanti
Economista ecológico e pesquisador social

Em março de 2007, Fidel Castro escreveu denso artigo no jornal Granma, de Havana. Nele, analisa o impasse entre mais produção de comida e mais combustíveis de origem agrícola. Segundo Fidel – que se baseou em trabalho de Atilio Borón, cientista político argentino de quem sou amigo –, por mais “que os discursos oficiais assegurem que não se trata de optar entre alimentos e combustíveis, a realidade demonstra que … ou o solo se destina à produção de alimentos ou à fabricação de bio-combustíveis”. Na sua edição de 4.4.2007, a respeitável revista britânica, considerada de direita, The Economist, publicou editorial em que diz que “Fidel está coberto de razão”. Segundo esse semanário, são bastante conhecidas suas divergências do líder cubano; mas, naquele momento, tinha-se que reconhecer os méritos da reflexão de Fidel. No último dia 21 de abril, Paul Krugman, brilhante economista e professor da Universidade de Princeton (EUA), em sua coluna no ilustre jornal New York Times, afirma que está propenso a aceitar a tese (que antes lhe parecia exagerada) de que “a era dos recursos baratos acabou para sempre”. Em sua opinião, “as ofertas limitadas de recursos naturais erguem um obstáculo ao crescimento econômico do mundo no futuro”. No caso dos países ricos, isso significa que fica mais difícil elevar os níveis de vida da população; no dos países pobres, especialmente no de alguns deles, que se está começando “a viver perigosamente próximo do abismo”. O artigo de Krugman tem o sugestivo e esclarecedor título de “Ficando sem Planeta para Explorar”. Sua tese é a de que, num mundo finito, explorar mais e mais o que a natureza nos dá significa ir acabando com a riqueza natural. Para Nicholas Georgescu-Roegen (1906-1994), outro brilhante economista, um enunciado desse naipe não passa de “tautologia sem graça”, algo semelhante tendo sido dito pela admirada economista inglesa Joan Robinson (1903-1983).
Não deve ser por mero acaso que a opinião de gente tão notável coincida. Krugman lembra bem, a propósito, que o preço do barril de petróleo em abril de 1999 era de 10 dólares. Na ocasião, The Economist escreveu que esse preço deveria baixar, talvez para 5 dólares, acrescentando que o mundo estava diante de “perspectivas de petróleo abundante e barato pelo futuro previsível”. Engano rotundo. Logo em seguida, o petróleo começou a encarecer sem retorno, já tendo ultrapassado a marca dos 115 dólares o barril. A realidade que se tem hoje é de que a alta do barril não retrocederá. Ele irá ficando sempre mais caro, até porque a demanda não diminui – nem mesmo se estabiliza – e não existem mais grandes jazidas a ser descobertas. Em outras palavras, ocorre aquilo que se chama, em inglês, “the end of peak oil” (o fim do pico do petróleo). É aqui que cabe pensar no futuro da Refinaria de Suape. Quando ela estiver terminada, em dez anos, quanto custará um barril de petróleo? Talvez mil dólares. Talvez mais. Ou menos. Ninguém sabe. Se a The Economist cometeu o erro enorme de 1999, como podemos garantir que em 2018 o petróleo justificará o empreendimento de Suape? Pode acontecer que ele se torne totalmente inviável. Afinal, é preciso consumir menos – e não mais – petróleo, por causa do efeito estufa. Pernambuco e o Brasil poderão ter prejuízos monumentais.
Pior, porém, pode ser no curto prazo. Estamos ficando “sem planeta para explorar”, como assinala Krugman. Ou seja, se cresce a produção de agro-combustíveis (também chamados, talvez impropriamente, de “biocombustíveis”), como existe só uma Terra a ser explorada, faltarão solos para a produção de comida. Menos comida, relativamente a uma população sempre em crescimento (e com renda que aumenta), levará àquilo que Fidel, aplaudido pela The Economist, comentou em março de 2007: “o encarecimento dos alimentos e, portanto, o agravamento da situação social dos países do Sul”. A mesma coisa, aliás, que afirma Krugman agora. Mais interessante é saber por que se quer mais agro-combustíveis e por que isso está significando o aparecimento de um espectro que ameaça a paz de todo o mundo. Nas palavras de Fidel, saudadas por The Economist, “Os alimentos são convertidos em energéticos para viabilizar a irracionalidade de uma civilização” voltada para “sustentar a riqueza e os privilégios de uns poucos”, mediante “brutal ataque ao meio ambiente”. Na verdade, os economistas entendem muito bem disso: trata-se dos seus famosos “custos de oportunidade”. Explicando: quanto mais agro-combustíveis se produzam, tanto menos alimento haverá.

Mementrevista

Sim pessoas, estou afastada do blog, é um misto de várias coisas… Preguiça, falta de criatividade, inspiração, descrença, necessidade de férias (coisa que irei resolver na próxima semana), estudos para um concurso público e etc.

Aí como estou em casa hoje sem muitas forças por conta de uma infecção intestinal resolvi fazer uma coisa que me pareceu divertida, um mementrevista.

Geralmente eu não participo desses memes quando eles são fora do contexto do blog, mas esse achei interessante pois o assunto é o blog. Já aviso de antemão que não responderei as perguntas pessoais, ok?

Vi esse meme primeiramente no Viajante Consciente, depois no Rastro de Carbono e cá estou eu aqui fazendo parte dele também.
Vamos lá…

1. Por que resolveu criar o blog?

Já respondi essa pergunta num entrevista que dei para o Blog do Planeta, mas eu respondo de novo. Na verdade sempre quis ter um blog, mas até então nunca tinha encontrado um assunto. Como sempre me interessei por meio ambiente e busco um emprego na área achei que começar um blog com esse tema seria uma maneira bem interessante de encontrar mais pessoas interessadas.

2. O que te dá mais prazer em blogar?

Provavelmente a sensação que não estou sozinha no mundo preocupada com os rumos da humanidade no Planeta. Perceber a reação das pessoas também é bem interessante.

3. Indique um blog bom e um que você não gosta e por quê.

Que difícil… Só 1? Um blog que tenho acompanhado nos últimos meses é o Pé na África, de um jornalista da Folha que está fazendo um tour pelo continente. Gosto muito desse blog porque ele ta fazendo uma coisa que eu quero muito fazer em breve, um giro por esse continente. Um de meio ambiente que gosto muito é o Mude o Mundo do Fabio Yabu, mas que infelizmente anda em recesso.
Um blog que não gosto? Geralmente não curto muito blogs que são clippings de notícias ambientais, quando as pessoas apenas copiam e colam algumas notícias, mas apesar de não gostar muito dos blogs desse tipo descobri que eles podem ser bastante úteis.

4. Qual tipo de música você ouve, e quais suas bandas favoritas?

Como já expliquei, não vou responder perguntas de cunho pessoal.

5. Qual o assunto que você mais gosta de postar?

Outra pergunta difícil, mas quem me acompanha já dever ter percebido que dar alfinetadas é comigo mesmo. Na verdade só peço um pouco de coerência para as atitudes que são tomadas, tanto pelas empresas como pelas pessoas. Busco todos os dias ser o mais coerente possível com meus princípios e crenças, acho que se todos fossemos assim perderíamos menos tempo e energia com mentiras e hipocrisias.

6. Seaquinevasseceusavaesqui?

???

7. Você é: casada, solteira, separada, enrolada, desquitada, chutada, viúva ou outros?

Sem perguntas pessoais.

8. Por que você deu este nome ao seu blog?

Bom, sempre me pergunto qual o real nome do meu blog? Quando comecei o endereço era Ecodesenvolvimento e o título era Sustentabilidade. Aí quando minha amiga fez o logo, ela fez com Ecodesenvolvimento e o sustentabilidade ficou só no título mesmo. Na realidade queria que o endereço e o nome fosse Sustentabilidade, mas não o endereço não estava disponível e um amigo sugeriu Ecodesenvolvimento. O conceito é controverso, eu sei, mas com o tempo os 2 nomes combinados me convenceu.

9. Qual foi o último blog que você visitou?

Rastro de Carbono

10. Por que resolveu participar deste meme?

Acho que já respondi lá em cima.