Um lugar quase lindo

Eu sei que o grande assunto do momento em Angra dos Reis são os deslizamentos que aconteceram e todas as suas consequências, mas não vou falar disso aqui, a mídia tradicional tá fazendo seu papel (bem ou mal, mas tá fazendo), mas esse tipo de coisa que eu vou mostrar não vira manchete de jornal, afinal, não mata ninguém, não é nada trágico (do ponto de vista que dê ibope) e não tem ninguém chorando porque perdeu tudo que tinha.

Mas eu acho bem triste ver uma praia maravilhosa com a que conheci lá ser tratada desse jeito.

Veja a foto abaixo, essa é a Praia do Dentista, provavelmente num dia de semana na baixa temporada, você consegue se imaginar nessa água verde esmeralda e nessa areia branca? Pois bem, lindo né?

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Praia do Dentista, Angra dos Reis, Ilha da Gipóia.

Agora veja como é essa praia na alta temporada, no fim do ano. Infelizmente você só pode ver, não pode sentir o cheiro, é um cheiro insuportável de gasolina, enquanto você nada na beira da praia, entre centenas de barcos, você sente o cheiro de gasolina, é lamentável, parecia mais que eu estava num porto do que numa praia que é ponto turístico de Angra dos Reis. E para ajudar, esqueça qualquer tipo de vista que você possa ter do mar a partir da praia, você só vê barcos e mais barcos, é literalmente um congestionamento de barcos. O pior ainda foi quando comentamos com o “guia” do passeio, um nativo da ilha, sobre a poluição pela quantidade de embarcações ele falou na maior inocência que “os barcos novos não poluem tanto”… Ai meus sais!

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Praia do Dentista.

A minha consciência fica um pouco menos pesada em relação a minha visita a essa praia pois o barco que me levou lá não parou nessa praia e sim do outro lado da ilha e eu fui caminhando até lá por uma trilha. Essa praia pra mim era a menina dos olhos do passeio e de fato é muito bonita, mas essa quantidade de barcos praticamente atracados na areia e o cheiro forte de gasolina conseguiram me deixar triste. Como disse meu namorado “a Praia do Dentista está com cáries”.

3 Comments

  • 4 de janeiro de 2010 - 18:09 | Permalink

    inacreditável!!!

  • 4 de janeiro de 2010 - 20:33 | Permalink

    Oi Claudia,
    Sei bem qual deve ser sua sensação. Conheci o litoral de São Paulo entre as cidades de Bertioga e São Sebastião nos anos 70, antes que a Rio-Santos estivesse asfaltada. Naquela época, a viagem entre São Paulo e a Barra do Sahy durava 10 horas. Em vários trechos era necessário entrar de carro na praia, pois não existiam estradas. Literalmente. Ou seja, só ia para lá quem tinha casa. Era um verdadeiro paraíso. Foi lá que me apaixonei pelo mar. Hoje, não tenho mais vontade de ir. Só tem muvuca e muita sujeira. E os ricos, que tem casa nas praias, não fizeram absolutamente nada junto aos políticos, para criar estações de tratamento de esgotos, melhorar as estradas, criar leis para uso do solo, enfim, aproveitar a natureza de forma racional. Muito revoltante.
    Roberto

  • jessika
    9 de setembro de 2010 - 17:10 | Permalink

    Oi cláudia
    Sei perfeitamente da sua preocupação, pois também é a minha. Tenho 23 anos, passei infância e parte da adolecência morando na Ilha da Gipóia e essa praia que também conheço como Jurubaíba e a conheci deserta... como no filme "A lagoa azul" e me dá desespero quando vejo no que a ilha da Gipoia esta se transformando, não só essa praia, mas a Ilha como um todo..Casarões, pousadas, desmatamento e a insatisfação de ver que cada vez que volto a passeio tudo esta mudado, as vilas de pescadores hoje são casas luxuosas, praias desertas não são mais tão desertas... Ou seja, mais esgotos, mais desmatamentos, mais barcos... tambem tenho medo,que o lugar da minha vida passe a existir somente nas minhas lembranças

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