Comentários

Lendo a revista Página 22 desse mês fiquei morrendo de vontade de compartilhar a coluna “Não aguento mais rúcula”, este é um daqueles textos que eu gostaria de ter escrito. O exemplo usado para explicar biodiversidade é na minha opinião o que de fato vai pegar para a maioria das pessoas que hoje usufruem de conforto no mundo com o aquecimento global, falta de opções na hora de comer, não que hoje a variedade seja lá muito grande… Aliás, mesmo se o aquecimento global não estivesse acontecendo dificilmente acredito que a nossa diversidade no prato seria muito maior, culpa, claro, das indústrias alimentícia e agrícola que mandam e desmandam no nosso prato (exatamente igual a indústria da moda faz com as nossas roupas). Vale a leitura!

 

***

Plankton1 Fotomontagem com organismos pertencentes ao plâncton (via Wikipedia)

Outra coisa que eu li também na revista, mas não encontrei pra linkar aqui, foi uma nota falando de um site de postas irlandês que criou a categoria “BP Special Bettings” e está/estava aceitando apostas de qual será a primeira espécie a entrar em extinção por conta do acidente com a plataforma de petróleo no Golfo do México. Dei uma pesquisa no google e parece que o site de apostas não está mais aceitando apostas para essa categoria (se é que eu encontrei o site certo). De qualquer forma a nota dizia que os candidatos favoritos para a extinção eram uma tartaruga e o atum-azul.

Lembro uma vez fazendo um curso de perícias ambientais e num caso que o palestrante havia sido convidado a ser perito e uma das perguntas que ele tinha que responder em seu laudo era: “Quantas e quais espécies foram afetadas como derramamento de óleo no local?” Meu professor de paleontologia especialista em foraminíferos, antes que o palestrante dissesse a resposta que ele deu, perguntou: Do mundo visível ou mundo invisível?

Uma coisa que a grande maioria das pessoas não sabem é que a importância da biodiversidade nem sempre está sempre ligada de fato aos animais bonitos, grandes e mais famosos. Preservar a fauna invisível dos mares é tão ou mais importante que salvar as tartarugas, as baleias ou os tubarões. Os plânctons são a base da cadeia alimentar marinha, sem eles não seria possível que muitos dos animais grandes e bonitos existissem (na verdade não sou a pessoa mais indicada para discorrer sobre a real importância da microfauna marinha, por isso cobrem dos biólogos do Science Blogs Brasil posts sobre isso). Acho sempre importante lembrar que biodiversidade não é só salvar os ursos polares, as tartarugas ou os elefantes, talvez conseguir sensibilização das pessoas para salvar esses animais pode ajudar a preservar seus habitats e de lambuja tudo mais que tem lá, mas as ligações da natureza são bem mais profundas e delicadas, muitas vezes estamos destruindo e extinguido o que não vemos e nem sabemos o que existe. O post do Discutindo Ecologia Salvem as lampreias! ilustra um pouco essa ideia.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *