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Minha experiência no Schumacher College

Depois de 2 meses como voluntária no Schumacher College (que a princípio estava programado para serem apenas 5 semanas) resolvi finalmente relatar meus sentimentos.

É uma experiência intensa, essa é a resposta mais rápida e fácil que eu tenho para dar para quem pergunta, mas o que intenso significa na verdade?

Intenso pois voluntário trabalha pra caramba. Intenso porque acontece muita coisa. Intenso porque a maioria das pessoas que estão lá estão preocupadas de compartilhar o seu melhor, de aprender, de vivenciar coisas incríveis. Intenso pois os valores que movem aquele lugar são outros.

Num dá pra falar que o trabalho voluntário que fazemos lá é sossegado, ajudar a cozinhar e depois limpar a cozinha para, em média, 60-70 pessoas por dia (entre outras coisas), não é tarefa das mais tranquilas, mesmo que você ajude só em uma das refeições. Requer energia, esforço, vontade e é claro que o ambiente propicia isso.

São vários eventos, workshops, palestras, festas, cursos e pessoas interessantes passando por lá, incrível como uma comunidade engajada é capaz de mobilizar tanta coisa. Raros são os momentos em que você não tem alguma coisa para fazer e quando não tem algo “oficial” quem está por lá inventa algo como brincar de esconde-esconde, uma jam session que começa do nada ou simplesmente um papo gostoso acompanhado de uma xícara de chá numa sala aconchegante. Já a programação “oficial” é recheada de palestras e aulas abertas que sempre tem pessoas incríveis falando. Nesse último mês por exemplo caí de amores pelo Colin Campbell, um dos professores do curso de Ecologia e Espiritualidade que cresceu no Botswana em meio a tribos nativas e que conta todas as histórias, lendas e crenças do povo do sul da África, é de se apaixonar a cada fala.

O envolvimento das pessoas com tudo que acontece lá é bem grande, sabe aquela preocupação que rola toda vez que você organiza um evento e tem medo que ninguém apareça? Lá isso não acontece. Pode ser só uma conversa com um tema chamado “Beyond Business”, como um workshop sobre akkupressure ou um evento sobre o chá consumido no College, sempre vai aparecer interessados em saber mais sobre o assunto.

Colaborar, aprender junto, compartilhar, ajudar, servir, brincar, se descobrir, se divertir, agradecer, amar, cantar, conversar são alguns dos valores que movem aquele lugar, como você pode ver a maioria desses verbos não são comuns em  folders de propaganda da maioria das universidades por ai. Lá é mais do que um lugar para se aprender coisas, lá se VIVE muita coisa.

Foi por causa de toda essa intensidade que eu resolvi esperar sair pra conseguir escrever como foi a experiência, eu não conseguia ter muita clareza e consciência do que estava acontecendo comigo enquanto eu estava lá, sou um pouco lerda, preciso de tempo para sedimentar tudo e ter mais noção do que se passou. Resolvi apenas vivenciar o que acontecia e sem dúvida foi uma das experiências mais incríveis da minha vida.

Fiz uma lista das coisas que eu só vi por lá, certeza que é uma pequena amostra, tantas outras coisas são muito especiais lá, mas as vezes num dá pra traduzir de forma fácil em palavras, cheguei a perguntar para algumas pessoas o que para elas era único lá e por exemplo demonstrações públicas de carinho não era algo que me chamava atenção (coisa de brasileiro), mas pros europeus é algo muito peculiar.

Das coisas que eu vou sentir mais falta: uma dispensa com comida a vontade o tempo todo; os biscoitos fresquinhos nos lanches da manhã ou antes do almoço se você perdeu o lanche da manhã; as caminhadas em volta do College pelas chamadas Public Footpath; as festas que aconteciam; achar ruim de ter que fazer o café da manhã no higher close (quando eu morava no Old Postern), mas me surpreender na caminhada da ida com uma paisagem incrível; das pessoas sensacionais de diferentes lugares do mundo que conheci e convivi.

Das paisagens que me surpreenderam as 7h da matina.
Das paisagens que me surpreenderam as 7h da matina.

Das coisas que não são perfeitas: ter que me mudar pro Higher Close (tive que sair do Old Postern, local onde concentra a maioria das atividades do College e ir para os dormitórios mais novos que fica 20 minutos andando montanha acima); as semanas em que a cozinha do Higher Close está fechada e você está morando lá; da preguiça que dá de fazer seu café da manhã no fim de semana porque a cozinha é grande a dispensa fica “longe” da cozinha; o fogão de indução que eu não sei usar; a falta de consciência de algumas pessoas com relação ao lixo; muitas vezes a internet não funciona como deveria; o fato de que o Schumacher College nunca vai ser igual porque as pessoas serão sempre diferentes (exceto o staff), todo mundo sabe que quando voltar serão outras pessoas que estarão lá, mas que provavelmente vai continuar tudo igual… hehehe

Das coisas que aprendi/descobri (que eu consegui perceber até agora): ser tolerante com a dieta das pessoas, a ser mais paciente com as pessoas, que aprender na dor não é a melhor forma de aprendizado, que o mundo precisa de menos razão e mais emoção, que gente folgada existe em todo lugar, que o Schumacher College não é o lugar perfeito, mas é um lugar mágico e especial.

Fatos: Eu demorei mais ou menos 1 mês para me adaptar e me sentir em casa lá, acho que pra quem faz o short course de 1 semana é possível ter uma pequena amostra do que é o Schumacher College, mas dificilmente sente a dimensão da comunidade e tudo que aquilo representa. Visão de estudante de mestrado, estudante de short course e voluntário são diferentes, os aspectos que cada um deles percebe são diferentes. Existe uma alta rotatividade de pessoas, o que é bom e ruim ao mesmo tempo.

Sobre como funciona o Schumacher College

Eu aqui toda preocupada em escrever sobre a vida e o dia-a-dia no Schumacher College, quando lendo a newsletter mensal deles acho uma seleção de videos feito por uma brasileira contanto exatamente isso. E mais, ela tem um blog e contou como foi a experiência dela aqui durante 3 meses no fim de 2016 fazendo um curso de pós-graduação.

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Uma panorâmica do prédio do College – The Old Postern

O blog da Letícia Klein é o Sustenta Ações. Ela fez um diário de bordo dos dias dela aqui e expressam bem a vibe do que é o Schumacher College. Seguem os links para cada um dos posts:

Diário de bordo #1 – Primeira semana e primeiras impressões na Schumacher College

Diário de bordo #2 – Reconexões e redescobertas  (o jantar vendado me lembrou da minha experiência no comitê Rio 2016)

Diário de bordo #3 – Uma experiência sensorial

Diário de bordo #4 – 11 delícias da Schumacher College

Diário de bordo #5 – Uma semana de arte

Diário de bordo #6 – Carpinteira por um fim de semana (Passeando pelo bosque que tem atrás da escola eu vi a estrutura que eles construíram e não sabia o que era, agora eu sei!)

Diário de bordo #7 – Dietas da paz

Diário de bordo #8 – Primeiro vídeo sobre a Schumacher College!

Diário de bordo #9 – As sábias palavras de Satish Kumar ao redor da lareira

Diário de bordo #10 – Schumacher College e sua relação com a comida

Diário de bordo #11 – Da terra à terra através da compostagem (no quesito ambiental pra mim esse é um dos cases de sucesso, compostagem dá trabalho e eles compostam tudo aqui!)

Diário de bordo #12 – O que a Schumacher College faz com os resíduos sólidos? (esse é um post que fala de um aspecto que ainda não funciona 100% que notei aqui e me incomoda de certo modo)

Diário de bordo #13 – Dia de fazer suco de maçã

Diário de bordo #14 – O que é Schumacher College para quem estuda e trabalha aqui

E tem tb a playlist no youtube com os vídeos que ela produziu.

Claro que a experiência dela é diferente da minha, já que não estou fazendo nenhum curso aqui. Voltarei a escrever sobre o que é para mim viver no Schumacher College, mas não precisarei mais mostrar como são as coisas e como elas funcionam aqui, a Letícia já fez melhor do que eu faria!

Schumacher College, uma nova experiência

Segundo esse blog, desde 2008 o Schumacher College está no meu radar. Ou seja, desde então tenho vontade de ir lá conhecer esse local que para muitos é uma referência em um novo modo de fazer as coisas.

Conheci por email uma pessoa que tinha estado lá e publiquei o relato dela aqui e só fui conhecer mais gente que tinha estado lá em 2014 quando fiz a Experiência Schumarcher Brasil. Desde então tenho convivido com várias pessoas que estiveram tanto no curso no Brasil (meu último emprego consegui por causa dessa experiência) e pessoas que estiveram no College na Inglaterra.

E pra conhecer de verdade tudo isso que falam de sensacional do Schumacher College eu resolvi embarcar numa experiência de voluntária na Inglaterra. Então, no próximo mês, vamos dizer que para comemorar os 10 anos desse blog, vou ficar de voluntária aqui. Sim, estou escrevendo da Inglaterra, diretamente de Totnes. Se você já fez um curso aqui no College na Inglaterra ou na Escola Schumacher Brasil (que é o meu caso) você está apto a se candidatar como voluntário.

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Entrada para o prédio onde ficam a cozinha, biblioteca e algumas salas de aula no Schumacher College.

Cheguei aqui ontem (28/01) a noite, estou descansando hoje e amanhã começa o trabalho de verdade. Aqui a Denise Curi conta um pouco da experiência dela como voluntária, em 2011. Pretendo contar no blog um pouco da experiência e o dia-a-dia, vou tentar também mostrar um pouco no Snapchat (user: clau_chow). Mas não sei se vou conseguir, se tem uma coisa que eu já reparei aqui é que as pessoas não ficam muito grudadas nos seus telefones, o que eu achei ótimo! 😀

Talvez essa seja a maior comemoração que eu poderia dar para os 10 anos do blog!

Segue o programa Cidade e Soluções que conta mais sobre esse College.

10 anos!

10 anos de blog!
10 anos de blog!

E no próximo dia 03 de fevereiro esse blog completa 10 anos! Gente, pra um blog é muito tempo! Ok que a frequência de posts aqui não tem sido nem um pouco o forte desse blog, mas em tempos de redes sociais efêmeras como Snapchat ter um lugar com textos meus desde 2007 é muito tempo mesmo!

Eu gostaria de comemorar essa data dignamente com uma retrospectiva de posts relevantes por ano ou fazer um video meu contando tudo isso ou pelo menos postar mais frequentemente, mas não rola uma empolgação para isso. Hoje escrevo esse blog só por desabafo, só para manifestar minha indignação ou contentamento de descobrir coisas legais que acontecem a favor de uma mudança de paradigma, não acho mais que esse blog ou minhas opiniões tem algum poder de influência em quem quer que seja (já tive essa ilusão um dia, mas passou, ainda bem!).

Escolhi alguns posts favoritos para listar aqui, sim, eles são da história recente do blog, infelizmente depois de 395 posts (sem contar esse aqui) e 10 anos eu não lembro mais de tudo que eu escrevi e por isso só escolhi um post de 2014, 2015 e 2016. Aliás, nos primeiros anos do blog eu fazia um certo tipo de restrospectiva de melhores posts do ano, segue também o link para esses posts.

Só para constar – Posts com links para as publicações mais acessadas de 2011

Retrospectiva – Minha seleção de melhores posts de 2009

Comemorações e Mudanças – Minha seleção de melhores posts de 2007 e 2008

Minha escolha de 2016 – Jogos Olímpicos Rio 2016, foi o grande evento do ano que eu participei

Minha escolha de 2015 – Odebrecht, mostra a tua cara, pois ser persona non grata dessa empresa não tem preço

Minha escolha de 2014 – Experiência Schumacher Brasil, essa experiência me trouxe bons frutos

Quero apenas ser grata a tudo que esse blog me proporcionou: amizades, experiências, momentos, viagens, encontros, eventos, todos incríveis e inesquecíveis. Não sei se esse blog dura mais 10 anos, mas até onde ele me levou até hoje já me deixou muito feliz e provavelmente foi além do que eu esperava. Ele vai continuar sendo o canto de desabafos de uma pessoa preocupada com os rumos que a humanidade tem dado a sua única casa, o planeta Terra.

Experiência Schumacher Brasil

A Experiência Schumacher que vivi é de fato uma experiência, esquece, não é necessariamente um curso, não são necessariamente aulas com super conteúdos, não do jeito que você está acostumado. Quando alguém me pergunta como foi eu não tenho uma resposta rápida, simples ou fácil. Sei dizer com precisão que o exercício de tango (sim, a dança) e complexidade foi sensacional, nunca pensei que pudesse relacionar dança com os mais variados relacionamentos que temos na vida, foi enriquecedor.

Entendi muita coisa da essência do Schumacher College, eles são mais do que uma escola ou um local em que as pessoas vão para aprender conteúdos, percebi que eles são uma comunidade, são um jeito de viver e ver o mundo, é muito mais que um conceito, é um jeito de ser, cheio de tradições e algumas manias, mas bem diferente do jeito dentro da caixa que estamos acostumados a ver por ai… Chega a rolar um viés de que tudo que rola lá é legal, bom e bem feito? Sim, eu senti isso, mas pode ser impressão, também não cheguei a perguntar para ninguém que fez algum curso lá se tinha alguma coisa de ruim, tá aí uma coisa para perguntar pra eles.

O que de fato fizemos lá? Além de tratar de assuntos como Complexidade (aprendendo com ajuda do tango), Economia para transição e Ecologia profunda ajudamos a fazer as refeições sob a batuta de uma chef do movimento Slow Food, Claudia Mattos, conhecemos a experiência da Fazenda da Toca com a biodinâmica, demos uma ajuda nos jardins da escola  mantida pela Fazenda da Toca para os filhos de funcionários.

O único tópico abordado que mais pareceu com aula foi a economia para transição, Mari del Mar e Tomas de Lara fizeram apresentações ótimas e ainda tivemos a participação de um dos professores lá da Inglaterra, o Tim Cabtree, via skype.

Para termos uma noção de ecologia profunda fizemos uma caminhada chamada “Deep Time Walk” que relaciona nossa distância percorrida com a linha do tempo de formação do planeta terra. Nessa parte eu até dei uma ajudinha com meus conhecimentos geológicos. [fora do assunto] depois dessa “aula” descobri esse aplicativo sensacional que mostra bem como foi a evolução da terra e a formação dos continentes. [fora do assunto]. Fiquei surpresa de ver a surpresa das pessoas quando ela se dão conta de como é pífio o tempo que o ser humano existe no Planeta, esse é o meu viés geológico, passei 5 anos lidando com essa informação que acho estranho quando as pessoas se dão conta disso…

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Foto: Fernanda Freire.

Foi uma experiência rica, super válido ver um monte de gente que também tem inquietações parecidas com a sua, que sofre as contradições do mundo e está tentando a lidar com elas de maneira mais leve e com menos sofrimento. Conhecer a Fazenda da Toca também trouxe muito dessas inquietações e contradições do mundo, questões como é possível ser orgânico em escala industrial? Até que ponto vale ser orgânico em escala industrial? A biodinâmica, permacultura cabe nessa escala? Dá lucro? Pra quem?

Ano que vem está sendo desenhado um Certificado em Ciências Holísticas e Economia para Transição, será uma versão estendida dos temas que exploramos nessa experiencia que participei. Ainda não tenho maiores detalhes, mas compartilho quando tiver.

O fato de termos algo como o Schumacher College aqui no Brasil me enche de alegria, assim mais gente pode ter acesso e compartilhar dessa experiência sem a desculpa de que é inglês, é muito longe ou em outro país.

Experiência Schumacher Brasil

*Este não é um post patrocinado.

Não sei ao certo quando foi que eu descobri o Schumacher College, mas falei dele aqui no blog pela primeira vez em setembro de 2008, quando sugeri cursos de sustentabilidade. Eis que no próximo fim de semana irei viver uma experiência do Schumacher College aqui no Brasil!

A Experiência Schumacher College Brasil é inspirada no Schumacher Experience Week que acontece lá na Inglaterra, aqui foi pensada e realizada por ex-alunos brasileiros. Tudo acontecerá na Fazenda da Toca, em Itirapina (interior de São Paulo), uma fazenda de produção 100% orgânica.

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Foto: Fazenda da Toca.

Sempre tive vontade de fazer um curso no Schumacher College lá na Inglaterra, principalmente o mestrado de Economia para Transição, agora vou poder conhecer pessoas que foram e estiveram lá para me contar como é a experiência, além de viver uma amostrinha do que pode ser o curso. Estou muito empolgada!

Infelizmente quando soube desse curso só restavam 2 vagas, achei que seria chato divulgar um curso que quase não tinha mais vagas! Mas avisarei quando e se tiver próximos.

Para saber mais como será esse curso veja aqui.

Conto tudo na volta! Open-mouthed smile

Schumacher College – uma experiência

Aqui eu recomendei/ indiquei alguns cursos de sustentabilidade. No começo do mês fui apresentada para a Carol Guilen, ela é bióloga e trabalha numa consultoria ambiental em Belo Horizonte. Ela esteve no Schumacher College em 2005 e resolvi compartilhar com vocês um pouco do que ela contou da experiência lá!

“Fiz o curso Sustainaility in Practice, em 2005. O conteúdo do curso não foi o que mais me chamou atenção – na verdade até sugeri a eles que cuidassem em colocar um nome mais apropriado, pois eu esperava que se tratasse de um curso sobre as teorias de sustentabilidade, exploração dos conceitos relacionados, sua distância da prática, e discussão de como faze-la se tornar realidade. Mas o curso tratou de planejamento sustentável, principalmente planejamento urbano. Não tinha um foco muito definido.
Mas a forma como se aprende no Schumacher College é fascinante, inesquecível, e verdadeiramente transformadora. Como dizem lá, “What you learn is AS you learn”. Eles acreditam que aprendizado não é apenas lógico, essencialmente mental, mas envolve as múltiplas dimensões do ser humano – mental, espiritual, física, sensorial, intuitiva e emocional. Assim, as aulas não são nossa única forma de aprender. Passeios em campo, conversas e atividades com outros alunos e com os professores – de todas as partes do globo! Meditação, artesanato, etc.
O dia-a-dia do Schumacher College segue a noção de que um dia com atividades diversificadas, tudo na sua hora e com intervalos de “quietude” entre uma atividade e outra são a composição ideal de uma rotina. Começamos com meditação opcional, temos uma reunião diária de planejamento do dia, um pouco de exercício físico, ajudamos nas tarefas domésticas, então temos aula, e depois atividades diversas (passeios, reuniões, etc.), depois, à noite, temos palestra e tempo para cada estudante expor estudos e experiências próprias – e, nas sextas, um sarau que também nós fazemos acontecer.
As atividades domésticas são um ponto curioso e delicioso na rotina schumachiana. Você toma contato com as atividades que sustêm sua vida – lá não existe aquela separação entre professores – distantes como semi-deuses, alunos – nobres aprendizes e os administradores e pessoal da limpeza e da cozinha que mantém tudo funcionando e que são categoricamente desprezados. Você cozinha e come junto com os professores, você faz a limpeza junto com colegas da Austrália, da África do Sul, etc. Dá pra imaginar as conversas ótimas que se têm durante esses momentos, não é?
Cozinhar com o Wayne, o chef principal sul-africano, ex-aprendiz de monge e uma personalidade muito interessante, é formidável. Cozinhar com o Satish, o diretor-acadêmico indiano do College, ex-monge também e que peregrinou pela Palestina (e olha que ele é indiano!) em protesto pela paz – bem, dá pra imaginar, né? Não são apenas receitas e molhos apimentados novos que a gente aprende.
Além disso, o College dispõe de um ateliê livre, e nos saraus os alunos pegam e montam fantasias com base em objetos do ateliê e do baú…. Tem uma coleção fascinante de livros e dvds e gravações de aulas e palestras…. Esse lado do College faz seu lado criativo e sensitivo desenvolver-se simultaneamente ao desenvolvimento do conhecimento racional.
A arte ajuda a aprender.
Depois de uma aula sobre a teoria Gaia, em que tivemos uma atividade de meditação guiada, fui para o ateliê (que é aberto para uso quando você quiser) e produzi uns desenhos em forma de esfera que, tenho certeza, eram uma forma também de consolidação do que tínhamos discutido na aula…
Bem, além de tudo isso, o Schumacher College fica numa região do sudoeste da Inglaterra famosa por seus jardins maravilhosos, com uma tradição forte de agricultura orgânica por todo lado. Os moradores de Totnes e Dartington são em geral artistas e ambientalistas. É muito especial estar lá.
Bem….acho que já falei demais….sou apaixonada pelo Schumacher College, sonho em ir novamente.”

Carol Guilen

Cursos sobre sustentabilidade

Outro dia uma leitora me perguntou de indicações sobre cursos de sustentabilidade.
Eu fiz um curso de Responsabilidade Socioambiental pela FGV-online e o curso de férias da ESPM – Empresa Sustentável: Gestão Estratégica através da Responsabilidade Social.  Se você não manja nada do assunto, não faz idéia por onde começar, um conselho: leia meu blog! Hahaha Brincadeira… Se você é realmente leigo no assunto de fato vale a pena fazer esses cursos. Mas cuidado, esses cursos são o ponto de partida, não de chegada, hein?
De verdade não sei indicar muitos, tem alguns no mercado e no Brasil acho que o mais famoso é o do FGV-CES sob coordenação do Mario Monzoni. Conheço uma pessoa que faz o curso e o que ela me contou é que não só o curso é novo, como o assunto e os temas e cases abordados ainda são os mesmos que se vê por ai: Natura, Real, Interface, Promon, Serasa. Gosto do trabalho feito pela FGV-CES, acredito que o curso seja bom, provavelmente nesse curso as discussões sejam mais aprofundadas pois é um curso mais longo. EU ACHO!
E tem também os cursos internacionais (meus sonhos de consumo) 2 escolas que me interessam muito são o Blekinge Institute of Technology, na Suécia e o Schumacher College.
O Blekinge Institute of Technology tem um curso chamado Strategic Leadership towards Sustainability. É um curso de mestrado ministrado em inglês para alunos do mundo todo. E vendo essa coluna sobre uma amostrinha de como a sustentabilidade é encarada na Suécia, acho que o curso deve ser bem interessante uma vez que o país deve ter vários exemplos de como a sustentabilidade é e deve ser encarada como política pública.
O Schumacher College fica na Inglaterra e dispensa maiores apresentações uma vez que tem como seus professores personalidades como: Patch Adams (sim o médico do filme), Ray Anderson (o dono da Interface), Fritjof Capra, Deepak Chopra e James Lovelock. Uma escola que tem cursos com o seguintes títulos acho que dispensa maiores comentários: Sustainability and Leadership: The Personal Challenge, Job Opportunity: Director of Sustainability e How to Communicate Climate Change: The business challenge. Dê uma olhada no site, vale a pena.