Integrantes do GEICT marcam presença na 50ª reunião anual da 4S
Por Thais Lassali
Ocorreu no começo de setembro, entre os dias 03 e 06, a 50ª reunião anual da Society for Social Studies of Science (4S), associação acadêmica voltada para os estudos sociais em ciência e tecnologia (ESCT). O evento ocorreu presencialmente na cidade de Seattle, nos Estados Unidos, e também teve a possibilidade de participação remota. O tema da conferência deste ano foi “Reverberações”, com a organização defendendo que, para os ESCT,
“reverberação representa a ciência e a tecnologia não apenas como um efeito de inúmeras práticas e múltiplas agências, mas também como locais normativos onde políticas diversas e lutas díspares são ressoadas, retrabalhadas e — consequentemente — reativadas. “
Oito integrantes do GEICT participaram de diversas atividades do evento, seja apresentando comunicações orais relacionadas às pesquisas que desenvolvem no grupo, sendo parte dos comitês de premiações ou participando de reuniões diretivas da entidade organizadora.
A pesquisadora de doutorado Thaís Capovilla participou do painel 97, “Bio-Sociotechnical Systems: integrating sociotechnical and biological systems in health” com a comunicação “Explainability as a means for ethical and responsible AI: an ethnographic approach of sociotechnical entanglements.

A também doutoranda Jéssica Cardoso apresentou “Chemo-Ethnography and PFAS in Brazil: challenges in the construction of environmental pollution” no painel 180, “Chemical reverberations: How STS researchers know and study PFAS across theoretical frames and around the world”.

Por sua vez, Heitor Cofferri, também aluno do doutorado, esteve no painel 467, “Environmental Governance and Procedural Injustice 3”, com a apresentação “The Application of scientific knowledge by the Brazilian judiciary”. Já o doutorando Lucas Nishida apresentou o paper “Ongoing tensions in the Brazilian Drug Access Policy: An STS Approach to Health Technology Assessment” no painel 479, “Publics, policy, and democracy”. A pesquisadora de pós-doutorado Sara Munhoz apresentou “Democratic Reverberations and Digital Governance: Innovation and AI Regulation in the Brazilian Justice System” no painel 449, “Power, Responsibility and Expertise at the Expanding Table(s) of AI Design and Governance 2”.

Marko Monteiro, líder do GEICT, participou do mesmo painel com a apresentação “Modulating the science-policy interface? Evidence from the AmazonFACE program, Brazil”, feito com a coparticipação de Marisol Marini, pesquisadora do GEICT e da Universidade de São Paulo, e Poliana Martins, também do GEICT e jornalista do AmazonFACE.

Além de ter apresentado em um painel, o líder do GEICT também participou da mesa redonda “Making STS reverberate through engineering: reflections on engineering studies”, coordenada por Caitlin Wylie, da University of Virginia, e do Comitê do Prêmio Carson. A referida mesa redonda contou com reflexões de estudos interdisciplinares que relacionem o ponto de vista dos estudos sociais em ciência e tecnologia com as mais diferentes áreas da engenharia. Ela também contou a apresentação dos seguintes professores palestrantes: Knut Sørensen, da Norwegian University of Science and Technology, Kathryn Neeley, da University of Virginia, Gary Downey, Virginia Tech e Yana Boeva, University of Stuttgart.
Já o Prêmio Carson laurea livros que sejam, concomitantemente, relevantes politicamente, contribuam para os estudos sociais em ciência e tecnologia e sejam escritos de maneira acessível, permitindo que audiências mais amplas compreendam a importância dos ESCT. No presente ano, a ganhadora foi Emily Yates-Doerr, com o livro Mal-Nutrition: Maternal Health Science and the Reproduction of Harm, publicado pela University of California Press. Ainda no âmbito do Prêmio Carson, Marko Monteiro presidiu o encontro com os vencedores de 2024, Helena Hansen, Jules Netherland e David Herzberg, escritores de “Whiteout: How Racial Capitalism Changed the Color of Opioids in America”.

Eventos como a 4S reúnem pesquisadores de todo o mundo e, justamente por isso, são um espaço de discussão bastante frutífero, onde é possível trocar ideias, sugestões e conhecimento com profissionais com as mais diferentes experiências, vivências e bagagens. Ao mesmo tempo, trata-se de um espaço de internacionalização, onde as pesquisas realizadas em centros localizados em países periféricos, como o Brasil, podem circular por lugares onde normalmente pesquisadores brasileiros não alcançam. Foi exatamente sobre isso que o líder do GEICT refletiu ao conversar com o Blog sobre a participação do grupo na 4S:
“Fiquei muito feliz com a grande participação do GEICT nesta edição da 4S. Este é o principal evento global do campo dos ESCT, e tive a honra de participar do seu conselho pelos últimos 3 anos. A nossa presença ali mostra a força e qualidade da pesquisa sendo desenvolvida no GEICT, e a nossa crescente internacionalização. Apesar das dificuldades de financiamento e do contexto político sensível, conseguimos marcar presença nesse evento e contribuir para o debate global dos ESCT.”
0 comentário