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Mary Hamilton foi presa por um crime curioso em 1746 — bigamia travestida. Explica-se: Mary tinha um carneirinho, vestia-se de homem, apresentava-se como Charles ou George e convencia jovens moçoilas a casar-se com ela. O truque era perfeito, pois Mary conseguiu se casar com nada menos que 14 mulheres. Durante o julgamento em Somersetshire, a esposa número 14, referiu-se à Miss Hamilton como sendo um “marido feminino”:
Ela jurou que estava legalmente casada com a ré, e que elas deitaram-se e viveram juntas como homem e mulher durante mais de um quarto de ano. Durante todo esse tempo, tão bem a impostora assumiu o caráter de homem que ela [a “vítima”] realmente acreditava ter-se casado com uma criatura do sexo correto.
A justiça considerou Mary “uma traidora notória e incomum” e condenou-a a seis meses de prisão e três chibatadas. Ou, como concluiu o inquérito, de forma mais ou menos poética: “E Mary, a monopolista de seu próprio sexo, foi aprisionada e chicoteada adequadamente, na severidade do inverno do ano de 1746”.